O ex-presidente Donald Trump está bem. Quem o tinha sob a mira telescópica de seu fuzil russo AK47 foi preso, a quase 70 km de onde foi flagrado por um agente do Serviço Secreto, antes de disparar. Ele é Ryan Wesley Routh, 58, que viveu na Carolina do Norte vários anos, trabalhando em construção civil, e depois se mudou para o Havaí.
Numa entrevista ao jornal New York Times, em 2023, Routh disse ter passado alguns meses na Ucrânia, depois que a Rússia a invadiu, e que recrutava soldados afegãos fugidos do Taleban para reforçar o exército ucraniano. Entre mais de 100 registros em sua folha corrida, o destaque fica para o dia em que ele enfrentou a polícia, durante três horas, com uma metralhadora, entrincheirado numa empresa de telhados.
Donald Trump estava no quarto para o quinto buraco em seu clube de golfe em West Palm Beach. O xerife Ric Bradshaw supôs que Routh apertaria o gatilho no sexto buraco, a menos de 400 metros de onde se escondera, entre arbustos, com duas mochilas penduradas numa cerca de arame, e uma câmera GoPro. Foi a ponta de seu fuzil que o traiu, visível fora das folhagens.
O segundo atentado contra Trump em 65 dias alertou o Serviço Secreto, instado pela Casa Branca a protegê-lo como a um presidente em exercício — caso em que o clube de golfe seria todo cercado, impedindo a entrada de aspirantes a assassinos. Depois da primeira tentativa de assassinato, durante um comício em Butler, na Pensilvânia, o ex-presidente só fala em público protegido por vidros à prova de bala. Agora, ele deverá ser acompanhado por um batalhão de seguranças, em cortejos que denunciarão onde ele se encontra. Parece que foi assim que Routh soube que sua vítima estava jogando golfe, e seu séquito era bem menor.
A motivação de Routh ainda não foi revelada. Ele votou por Trump em 2016. Mas em 2020 postou uma sugestão para mudar o slogan de Faça a América Grande de novo para “Torne os americanos escravos novamente”. Este ano, então democrata, ele votou nas primárias democratas na Carolina do Norte e doou 140 dólares para a ActBlue, que administra os donativos para os democratas.
(A continuar. Falta ainda algum tempo para as eleições, em novembro.)
New Yorker apresenta a moda “chaminé”
A edição especial de Estilo da revista New Yorker apresenta a moda que poderia ser batizada de chaminé. O ilustrador Christoph Niemann se inspira “nas cores planas e formas geométricas das onipresentes chaminés de Nova York”, explica a editora de Arte Françoise Mouly. Ele próprio declara: “Tenho certeza de que há uma explicação boa para o vapor que essas chaminés emitem em qualquer época do ano… Mas, por favor, não me contem. Eu adoro, e quero manter o mistério vivo”.
“Tempestade Boris” inunda várias capitais da Europa
A “Tempestade Boris” inundou várias capitais da Europa, incluindo Viena, Praga e Bratislava, no fim de semana. O alerta vermelho para mais chuva continua em vigor em partes da Polônia, Alemanha, República Tcheca, Eslováquia e Áustria. O “Tufão Bebinca”, o mais forte em 70 anos, paralisou Xangai, na China. Oito pessoas morreram, até agora.
Israel: guerra no Líbano é inevitável
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, discordam tanto um do outro que não estão nem se falando, mesmo com Israel em guerra. Nesta segunda-feira, porém, ambos deram aos Estados Unidos uma mesma resposta sobre a situação dos 60 mil deslocados das cidades do norte israelense, alvos de bombardeios do Hezbollah desde 8 de outubro do ano passado.
“A única maneira” é uma guerra contra o Hezbollah, disse o ministro Gallant ao enviado da Casa Branca à Jerusalém e Beirute, Amos Hochstein, nesta segunda-feira, e ao secretário da Defesa dos EUA, Lloy J. Austin III, por telefone, no domingo à noite.
“Mesmo que aprecie e respeite o apoio estadunidense, Israel fará o que é necessário para trazer os residentes do norte para suas casas”, disse o primeiro-ministro Netanyahu, numa reunião a sós com o conselheiro sênior Hochstein. E o que é “necessário” seria, exaustos os esforços diplomáticos que envolveram também a França, uma operação militar.
(Nas redações dos jornais israelenses corria o rumor, nesta segunda-feira, segundo o qual Netanyahu vai demitir Gallant.)
Hochstein respondeu aos dois, Netanyahu e Gallant, que não acredita que uma ampliação do conflito resolva a questão dos deslocados que, contando com os do sul do Líbano, somam 150 mil pessoas. Nesta quinta viagem à Jerusalém e Beirute sua missão é a de evitar uma guerra entre os dois países. É a opinião, também, do embaixador da França em Israel, Frédéric Journès:
“Se começar uma guerra em grande escala no Líbano, tudo isto poderá se transformar em conflito regional, e aí teremos um na Ucrânia e um segundo no Oriente Médio”, ele afirmou na Conferência de Segurança Nacional do jornal Haaretz. “Ninguém quer esta guerra”, acrescentou. “O Irã não a quer, o Hezbollah não a quer e Israel não a quer, mas é muito possível que ela aconteça. ”
Os tiroteios transfronteriços prosseguiram nesta segunda-feira, com misseis do Hezbollah queimando campos israelenses na Galileia, e aviões israelenses mirando arsenais no interior do Líbano. À medida que os combates em Gaza arrefecem, soldados são transferidos para a fronteira libanesa. A tensão vai crescendo. Uma indicação da prontidão israelense foi a distribuição de armas para 97 “unidades de rápida resposta”, aprendendo a lição dos seguranças que defenderam seus kibutzim e vilarejos na fronteira com Gaza, com pouco armamento, quando o Hamas atacou, em 7 de outubro de 2023.