A Venezuela realiza nesta sexta-feira (10) a posse presidencial, num cenário de muita tensão e guerra política. O país enfrenta uma onda de protestos liderados pela oposição, que questiona a transparência das eleições em julho do ano passado.
Na ocasião, Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo Tribunal Superior Eleitoral venezuelano – aparelhado pelo governo chavista – com 51% dos votos. O adversário Edmundo González Urrutia, no entanto, alegou fraude e disse que venceu com o apoio de mais de 60% dos eleitores.
As atas eleitorais nunca foram divulgadas, fazendo com que vários países, incluindo o Brasil, não se manifestem sobre o resultado do pleito até hoje.
Ontem (9), houve registro de protestos no Chile, México, Argentina, Colômbia, Peru e Espanha. Em Caracas, a manifestação foi comandada pela líder de oposição Maria Corina Machado, que não aparecia em público havia mais de cinco meses. Ela é acusada pelo Ministério Público por diversos crimes e foi impedida de concorrer à Presidência pela Suprema Corte do país.
Opositores chegaram a denunciar que Corina Machado foi presa após ser “violentamente interceptada” durante os protestos. Depois, a opositora gravou um vídeo dizendo apenas que perdeu dinheiro e documentos, mas que já estava salva. O regime Maduro negou a prisão e alegou se tratar de uma “distração” e “ideia vendida” pela direita.
Corina Machado prometeu se pronunciar sobre o episódio com mais detalhes hoje. Citando riscos de conspiração internacional, a equipe de Maduro anunciou hoje o fechamento da fronteira com a Colômbia desde as cinco da manhã até as cinco da manhã de segunda-feira (13).