Nesta sexta-feira (10), a BandNewsTV contou com a participação do advogado e mestre em direito internacional Vitor Del Vicchio, que esteve na Venezuela durante os meses de campanha e fez um panorama sobre a situação política no país.
Segundo Vitor, tanto a oposição quanto o apoio ao chavismo são muito fortes em pelo menos seis estados que ele visitou. Ao mesmo tempo, os mecanismos usados por Maduro são muito eficientes para enfraquecer a oposição e fortalecer sua campanha, seja realizando a “lisura” do processo democrático, perseguindo opositores, prendendo e intimidando pessoas. O estado se comporta de uma maneira que garante o poder de Maduro, mesmo que o apoio à oposição nas ruas seja mais predominante.
“Eu lembro de ter visto, por exemplo, comércios que me mostravam bilhetes deixados embaixo de suas portas, que diziam que ‘comércios apoiadores da oposição seriam fechados'”, afirmou o convidado.
Falar de democracia na Venezuela é muito complexo. Mesmo com um discurso carregado de democracia e paz, a previsão é que Maduro se fortaleça cada vez mais em seu regime, dominando os meios de comunicação por meio da emissora estatal venezuelana e perseguindo cada vez mais os opositores e a mídia. Ao mesmo tempo, não é possível prever a deterioração da situação econômica do país.
Com o baixo apoio internacional, as relações daqui em diante com o ditador devem ser formais:
“A gente vai ter uma relação muito pragmática com ele. Os BRICS e outros países também vão continuar nesse relacionamento pragmático econômico, que vai manter as coisas exatamente como estão… mas é cedo para fazer uma previsão cravada.” finalizou o advogado.
Um “mistério” a ser resolvido, é o paradeiro tanto da líder opositora María Corina, que foi presa violentamente na tarde desta quinta-feira (9), mas foi libertada oras depois, quanto de Edmundo González que está no exterior desde o fim das eleições. A justiça venezuelana expediu uma ordem de prisão contra ele – e o governo de Maduro ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 607 mil) por qualquer informação que leve à sua captura.
Edmundo havia manifestado em redes sociais, que estaria presente na capital de Venezuela para tomar posse da presidência do país, mas não apareceu.