Nesta terça-feira (7), a Meta comunicou o encerramento do programa de verificação de fatos. O anúncio foi feito em vídeo pelo fundador, Mark Zuckerberg.
A ferramenta será substituída por “notas de comunidade”, um recurso similar ao implementado pela plataforma X, de Elon Musk. Nesse sistema, a moderação de conteúdo é realizada pelos próprios usuários, que podem adicionar notas explicativas às publicações. O objetivo delas é fornecer contexto adicional, especialmente em casos de conteúdo enganoso ou potencialmente polêmico.
Na gravação, Zuckerberg fala que as políticas atuais de verificar tudo o que é publicado e as práticas de moderação de conteúdo “foram longe demais”. E que é preciso “restaurar a liberdade de expressão” no Facebook e no Instagram.
Além dessa mudança, o presidente da Meta disse que a empresa vai trabalhar com o governo Trump para repelir a censura determinada por outros países. Sem explicar os motivos, acrescentou ainda que a equipe de “confiança, segurança e moderação de conteúdo” será transferida para a Califórnia, enquanto a revisão dos conteúdos postados nos EUA será centralizada no Texas.
Ontem, Dana White, presidente-executivo do UFC, foi anunciado como novo integrante do conselho administrativo da Meta. White é um dos apoiadores mais conhecidos de Donald Trump.
Em conversa com a BandNews TV, Arthur Igreja, especialista em tecnologia, explicou a decisão da Meta em trocar o programa de checagem pelas notas de comunidade: “Além de estar mais alinhado com esse momento político, isso traz uma redução de custo para a empresa. Essa confluência de fatores leva a Meta a tomar essa decisão”.
“Avança essa tese de que as empresas de tecnologia se tornam autorreguladas. São elas que estão escolhendo quais pautas devem ter uma intervenção maior ou menor. A Meta escolhe pautas de consenso, nas quais todo o espectro político e social converge, e se afasta de pautas em que eventualmente há polarização”, completou o especialista.
Texto de Julia Berkovitz (sob supervisão de Denise Bonfim)