O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (19) que há “robustos e gravíssimos” indícios de um plano para executar atos de violência contra autoridades brasileiras, incluindo ele próprio, quando presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. As declarações constam na decisão que autorizou a prisão preventiva de suspeitos pela Polícia Federal (PF).
Segundo Moraes, as investigações revelaram que uma organização criminosa planejou o sequestro e possível homicídio de autoridades, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, eleitos em 2022. “Os elementos trazidos aos autos comprovam a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes”, destacou.
A decisão detalha que os envolvidos eram em sua maioria militares das Forças Especiais do Exército, incluindo um general da reserva. “As ações operacionais ilícitas executadas por militares… tiveram seu auge a partir de novembro de 2022 e avançaram até o mês de dezembro do referido ano, como parte de plano para a consumação de um Golpe de Estado, em uma operação denominada pelos investigados de ‘Copa 2022’.”
Entre as medidas planejadas pela organização, estavam o monitoramento de alvos, o planejamento de sequestros e o assassinato de Alexandre de Moraes, do presidente eleito Lula e do vice-presidente eleito Alckmin. O ministro destacou que o objetivo era restringir o livre exercício da democracia e do Judiciário brasileiro.
As prisões realizadas pela PF na operação deflagrada hoje (19) são parte das ações para desarticular o grupo. As investigações continuam, e novas diligências podem ser realizadas.