Multidão atira barro no rei e rainha da Espanha
O rei Felipe VI, a rainha Letizia e o presidente Pedro Sánchez foram recebidos a lama, barro, pauladas e insultos em Paiporta, em Valencia, epicentro espanhol da trágica inundação que matou pelo menos 205 pessoas, na semana passada.
O presidente Sánchez teve que ser retirado diante do risco de agressão. A multidão gritava: “Assassinos, assassinos”, reagindo a cinco dias de clamor por ajuda. O “governador” da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, acompanhou a visita do rei e da rainha, que se encontraram com familiares de vítimas, apesar da recepção hostil.
Segundo o jornal El Pais, “ultradireitistas aproveitaram o protesto para a violência”.
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França julga a degola do professor Paty
Começou em Paris o julgamento de oito pessoas conectadas à degola do professor de História Samuel Paty, que ilustrou uma aula sobre liberdade de expressão com caricaturas do profeta Maomé.
Dois dos réus são acusados de cumplicidade: teriam armado com uma faca e uma “arma de fogo” o russo-checheno Abdoullah Anzorov, 18, que esfaqueou e decapitou o professor Paty, em outubro de 2020, e foi morto pela polícia.
Os outros seis réus são acusados de terem participado de uma campanha de desinformação e de glorificação do assassinato.
O crime chocou a França. O julgamento é a manchete dos principais jornais franceses desta segunda-feira.
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Irã: forca, prisões e ameaças a Israel
No 45º aniversário em que iranianos invadiram a embaixada dos EUA em Teerã, e mantiveram 50 americanos reféns por 444 dias, o Departamento de Estado, em Washington, confirma que o jornalista iraniano-americano Reza Valizadeh está preso no Irã.
As informações sobre a prisão de Valizadeh circulam quando o Irã acusa os EUA de desestabilizar o Oriente Médio, com o envio de aviões bombardeiros B12 à região, e quando o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, teria ordenado que suas forças preparem um novo ataque contra Israel, ao descobrir que os bombardeios da retaliação anterior provocaram mais estragos do que tinham lhe informado.
A Casa Branca alertou o Irã contra seus planos de novo ataque a Israel, porque a reação israelense poderá ser mais dura — além de livre: no ataque anterior, neutralizou o sistema de defesa antiaéreo iraniano. O serviço de inteligência israelense detectou sinais de preparação para o lançamento de mísseis balísticos no Irã. E entrou em estado de alerta.
Nesta segunda-feira, um judeu iraniano, Arvin Nathaniel Ghahremani, 20, foi enforcado no presídio de Kermanshah, depois de condenado à morte por assassinato durante uma briga de rua. O grupo de Direitos Humanos do Irã, na Noruega, associou o enforcamento “às ameaças de guerra com Israel”. Uma estudante na Universidade Islâmica Azad, em Teerã, despiu-se, e só de calcinha e sutiã passeou pelo campus e depois caminhou por uma rua, até ser presa por homens que a enfiaram dentro de um carro.
Ela protestava contra o código de vestimenta, que leva mulheres à prisão — e pelo qual uma delas, Mahsa Amini, foi morta, em 2022. Ela tirou a roupa depois que membros da força paramilitar Basij rasgaram seu véu e roupa.
Sobre Reza Valizadeh, o jornalista americano-iraniano preso, não há informações do Irã. O New York Times desta segunda-feira publica uma extensa notícia, mencionando a denúncia de organizações de direitos humanos de que ele não teve acesso a um advogado desde que foi preso, há um mês.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV*