O rei Felipe, da Espanha, foi alvo da fúria de moradores de Valência durante uma visita às áreas afetadas pelas enchentes. Uma multidão se aproximou, gritando palavras como “assassino” e “vergonha”. A polícia tentou conter a revolta. O rei e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, estão sendo pressionados por não terem evitado a tragédia. Alguns manifestantes jogaram o que pareciam ser objetos e lama.
Ontem (2), o governo enviou mais dez mil soldados, policiais e guardas civis para reforçar as operações de buscas e limpeza. As enchentes, causadas por uma chuva torrencial no leste do país, foram as mais mortais da história moderna da Espanha. O clima do protesto esquentou, e até a cavalaria foi chamada pra tentar dispersar os manifestantes. A rainha Letizia, que acompanhava o rei, chorou durante a revolta e foi retirada da comitiva.
Duzentas e quatorze pessoas morreram nas enchentes. A tragédia já é o pior desastre relacionado a chuvas na Europa desde 1967. Bairros inteiros ainda estão cobertos de lama, com carros destruídos e escombros. Os trabalhadores de emergência continuam vasculhando estacionamentos subterrâneos e túneis, na esperança de encontrar sobreviventes e recuperar corpos.