O jogo de volta entre Botafogo e Peñarol será disputado sem a presença do público visitante. A medida foi tomada após uma pancadaria generalizada promovida por torcedores do clube uruguaio, na última quarta-feira (23). O ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, confirmou a informação em postagem nas redes sociais.
“Dados os violentos incidentes ocorridos no Rio de Janeiro durante o jogo de ida da Copa Libertadores entre Peñarol e Botafogo, decidimos proibir os torcedores do Botafogo de entrar no Estádio Campeón del Siglo para o jogo de volta em Montevidéu. Esta medida responde a razões de segurança e procura evitar possíveis represálias que possam desencadear novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipes. ” – Publicou Martinelli.
Em nota oficial publicada no perfil do time no X, antigo Twitter, o clube expressou sua discordância veemente com a decisão das autoridades uruguaias, afirmando que acredita que o Uruguai possui as condições necessárias para garantir a segurança durante o confronto. O Botafogo ressaltou que é contrário à violência e defende uma disputa leal em campo.
O clube argumenta que, segundo o regulamento, a responsabilidade pela segurança é do clube local ou da federação nacional. Além disso, o clube menciona que tomou medidas para promover um ambiente pacífico, incluindo comunicações oficiais antes do jogo de ida, mas criticou a postura da direção do Peñarol.
O Botafogo informou que acionou o Itamaraty, o Ministério dos Esportes e a Polícia Federal/Interpol para assegurar a segurança de seus torcedores que estão em Montevidéu. O clube ainda afirmou que confia na CONMEBOL para tomar as medidas necessárias para garantir a segurança dos envolvidos.
Relembre o caso
Na última quarta-feira (23), torcedores do Peñarol entraram em confronto com policiais e banhistas na Praia do Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo o jornalista da BandNews TV, Ádison Ramos, a briga teria começado após o grupo insultar algumas pessoas de “mono”, macaco em espanhol. Além disso, uma ocorrência de furto de celular agravou a situação.
Parte dos uruguaios usaram paus e pedras para atacar policiais que tentavam conter a confusão. Além disso, um ônibus foi incendiado pelos torcedores. O caso ocorreu horas antes da primeira partida entre o clube uruguaio e o Botafogo, pela Copa Libertadores da América.
Segundo a Polícia Civil, 22 pessoas foram presas. A Justiça do Rio converteu no último sábado (26) em preventiva a prisão em flagrante de 21 torcedores do Peñarol. Apenas um torcedor foi absolvido. Mais de 300 suspeitos foram detidos e liberados após prestarem depoimento.
Após a audiência de custódia, os processos dos envolvidos na confusão vão ser encaminhados ao Juizado Especial do Torcedor e às Varas Criminais Especializadas em Organização Criminosa. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, os detidos são acusados de praticar atos de violência e desobedecer normas do Estatuto do Torcedor.
Jogo de volta
Botafogo e Peñarol entram em campo no Estádio Campeón del Siglo, no Uruguai, nesta quarta-feira (30), pela partida de volta da fase semifinal da Conmebol Libertadores. O clube carioca goleou os uruguaios por 5 x 0 no primeiro jogo no Rio de Janeiro, e está próximo de disputar a grande final.
Alexandre Mansano (sob supervisão de Pedro Fonseca)