A revista L’Express publica depoimentos “indispensáveis” para a compreensão do mundo atual. Entre os depoentes estão Bill Gates, Yuval Noah Harari, a campeã de xadrez Mitra Hejazipour, a diretora-geral do Cern, Fabiola Gianotti, e Tony Estanguet, que organizou as Olimpíadas Paris 2024.
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EUA Estreiam B-2 Contra arsenais dos Houthis
Bombardeios B-2 Spirit dos EUA despejaram toneladas de bombas em cinco arsenais subterrâneos de armas dos rebeldes Houthis do Iêmen, que atacam navios no Oriente Médio e disparam mísseis balísticos contra Israel, a cerca de 2 mil km de distância.
“Esta foi uma demonstração única da capacidade dos Estados Unidos de atingir instalações que nossos adversários procuram manter fora do alcance, não importa quão profundamente enterradas no subsolo, endurecidas ou fortificadas”, declarou o secretário de Defesa americano Lloyd Austin.
Cada B-2 Spirit, fabricado pela Northrop Grumman, custa $2 bilhões de dólares. Ele foi projetado para penetrar defesas aéreas das mais sofisticadas, como as que protegem as instalações nucleares do Irã, escondidas em cavernas abertas em rochas. Por isso, o ataque no Iêmen é considerado uma advertência ao governo iraniano.
Ainda não foi revelado o resultado dos bombardeios. Mas os Houthis afirmaram que continuarão interceptando navios que possam pertencer a empresas israelenses, ou que naveguem de ou a portos em Israel.
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Igreja em Los Angeles paga R$5 bi por abusos sexuais
Algumas das 1.353 crianças que foram abusadas sexualmente pelo clero da Arquidiocese de Los Angeles estão hoje com 60 ou 70 anos — e todas vão receber a parte que lhes cabe nos 880 milhões de dólares (5 bi em reais) de indenização de um acordo anunciado na quarta-feira.
É o maior pagamento único feito por uma diocese, calculado para não a levar à falência, e o total acumulado ultrapassa o 1,5 bilhão de dólares (85.182.675 bilhões em reais)
“Sinto muito por cada um desses incidentes, do fundo do meu coração”, declarou o arcebispo José H. Gomez. Minha esperança é que este acordo forneça alguma medida de cura para o que esses homens e mulheres sofreram.”
Em 2007, a Arquidiocese de Los Angeles pagou 660 milhões de dólares a 508 pessoas que a processaram por abuso sexual. Ela inclui 300 paróquias e 4 milhões de católicos, é a maior dos EUA. Ainda há muitas outras dioceses sendo processadas, mas várias declararam falência antes de um acordo. O arcebispo Gomez disse que sua Arquidiocese saldará a dívida “com reservas, investimentos e empréstimos, juntamente com outros ativos e pagamentos que serão feitos por ordens religiosas e outros nomeados no litígio.”
“Nunca será justiça completa quando o dano é a vida de uma criança”, disse ao jornal New York Times o advogado Michael Reck, da Jeff Anderson & Associates. “Mas é uma medida de justiça e uma medida de responsabilidade que dá a esses sobreviventes alguma sensação de encerramento, pelo menos.”
Muitos processos por abuso sexual contra o clero de Los Angeles e São Francisco, que tinham caducado, foram reabertos graças a uma lei aprovada em 2019, que lhes deram mais três anos de vida. Aconteceu então uma corrida: antes que qualquer processo fosse concluído, a diocese visada entrava com pedido de falência, limitando o direito dos sobreviventes. Assim fizeram as dioceses de Oakland e San Diego e a Arquidiocese de São Francisco.
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Libertado de 8,5 anos de prisão numa troca de prisioneiros recente, o opositor russo Ilya Yashin dá uma entrevista ao jornal francês Libération, na qual ele fala de sua vontade de mobilizar o povo russo contra o ditador Vladimir Putin.
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O corpo de um palestino morto em tiroteio com soldados israelenses foi levado a um laboratório em Israel para confirmar se é ou não o do líder do Hamas, Yahya Sinwar, 62.
A dúvida: será que Sinwar teria saído de seu esconderijo num túnel ao sul de Gaza? Teria se afastado dos reféns israelenses que usaria como escudo? E ele se envolveria num tiroteio com soldados? Fontes de Israel pedem cautela: não terá sido a primeira vez em que Sinwar é dado como morto.
O laboratório para onde o corpo foi levado possui amostras do DNA de Sinwar, que passou quase duas décadas prisioneiro em Israel e até se submeteu a uma cirurgia no cérebro, em 2004.
Nenhum dos cerca de 100 reféns foi encontrado nas imediações do tiroteio em que o suspeito Sinwar teria sido morto, com outros dois palestinos.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, falou em “contas fechadas”. E declarou: “Sinwar morreu espancado, perseguido e fugindo”. Aos membros do Hamas, ele pediu a rendição. “Chegou a hora de sair dos túneis, libertar os reféns, levantar as mãos e se render”.
Informantes do jornal New York Times em Gaza descreveram palestinos saudando a morte de Sinwar, com a esperança de fim rápido da guerra, que completou um ano em 7 de outubro. “Ele é responsável por toda essa destruição”, disse a professora Fadia, 42 anos, de Jabalya, cujo sobrenome foi omitido por medo de uma retaliação. “Que ele apodreça no inferno”, acrescentou.
Outro palestino, Rezeq El Sabti, 44, deslocado de sua casa para uma barraca em Nuseirat, comentou que, agora, “o primeiro-ministro Netanyahu poderá declarar vitória sobre o Hamas, e acabar com a guerra”.
Vários palestinos lembram de outros líderes do Hamas que foram mortos sem que a guerra acabasse. Um deles, Rehab Ibrahim Odeh, 64, disse que o assassinato de Sinwar não deve mudar a realidade em Gaza. “Sinwar não era diferente de qualquer outro palestino que foi morto”, ele argumentou. Muitos não quiseram dar entrevistas antes que o próprio Hamas confirmasse a informação de Israel.
Capa do Haaretz online
Capa do Yedioth Aharonoth online
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O líder do Hamas Yahya Sinwar foi morto sem ser identificado, em combate com soldados israelenses em treinamento para assumir postos de comandos, durante a madrugada desta quinta-feira, no Sul de Gaza.
Os soldados não pertenciam a um comando para matá-lo, nem o procuravam especificamente. Estavam atrás de “membros do Hamas”. Suspeitaram de um prédio e o atacaram com tiros, bazuca e tanque. Depois, enviaram drones para saber se podiam entrar em segurança e localizar corpos. Um dos mortos se parecia muito, fisicamente, a Yahya Sinwar.
Enviado a Israel, o corpo foi identificado, pela arcada dentária e impressões digitais, inicialmente, e depois com testes de DNA. E a confirmação circulou.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, falou em “contas fechadas”. E declarou: “Sinwar morreu espancado, perseguido e fugindo”. Aos membros do Hamas, ele pediu a rendição. “Chegou a hora de sair dos túneis, libertar os reféns, levantar as mãos e se render”.
Informantes do jornal New York Times em Gaza descreveram palestinos saudando a morte de Sinwar, com a esperança de fim rápido da guerra, que completou um ano em 7 de outubro. “Ele é responsável por toda essa destruição”, disse a professora Fadia, 42 anos, de Jabalya, cujo sobrenome foi omitido por medo de uma retaliação. “Que ele apodreça no inferno”, acrescentou.
Outro palestino, Rezeq El Sabti, 44, deslocado de sua casa para uma barraca em Nuseirat, comentou que, agora, “o primeiro-ministro Netanyahu poderá declarar vitória sobre o Hamas, e acabar com a guerra”.
Vários palestinos lembram de outros líderes do Hamas que foram mortos sem que a guerra acabasse. Um deles, Rehab Ibrahim Odeh, 64, disse que o assassinato de Sinwar não deve mudar a realidade em Gaza. “Sinwar não era diferente de qualquer outro palestino que foi morto”, ele argumentou. Muitos não quiseram dar entrevistas antes que o próprio Hamas confirmasse a informação de Israel.O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, falou em “contas fechadas”. E declarou: “Sinwar morreu espancado, perseguido e fugindo”. Aos membros do Hamas, ele pediu a rendição. “Chegou a hora de sair dos túneis, libertar os reféns, levantar as mãos e se render”.
Informantes do jornal New York Times em Gaza descreveram palestinos saudando a morte de Sinwar, com a esperança de fim rápido da guerra, que completou um ano em 7 de outubro. “Ele é responsável por toda essa destruição”, disse a professora Fadia, 42 anos, de Jabalya, cujo sobrenome foi omitido por medo de uma retaliação. “Que ele apodreça no inferno”, acrescentou.
Outro palestino, Rezeq El Sabti, 44, deslocado de sua casa para uma barraca em Nuseirat, comentou que, agora, “o primeiro-ministro Netanyahu poderá declarar vitória sobre o Hamas, e acabar com a guerra”.
Vários palestinos lembram de outros líderes do Hamas que foram mortos sem que a guerra acabasse. Um deles, Rehab Ibrahim Odeh, 64, disse que o assassinato de Sinwar não deve mudar a realidade em Gaza. “Sinwar não era diferente de qualquer outro palestino que foi morto”, ele argumentou. Muitos não quiseram dar entrevistas antes que o próprio Hamas confirmasse a informação de Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, mandou um assessor comunicar às famílias de 101 reféns israelenses ainda em Gaza que nenhum deles foi encontrado perto de Sinwar. Como eles eram considerados um escudo protetor contra tentativas de resgate, há o temor de que possam ter sido executados, como o foram seis deles, recentemente.
Sinwar e Netanyahu eram vistos como obstáculos a um acordo de cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros, negociado pelo Catar, Egito, EUA e delegações de Israel e do Hamas. Toda vez que havia uma esperança de fechar o acordo, um ou o outro acrescentava uma nova condição, em geral inaceitável. Hoje, não há mais encontros, nem previsão para os remarcar.
Dos 251 sequestrados em Israel no dia 7 de outubro de 2023, cem foram libertados em um acordo inicial, em novembro, durante um curto cessar-fogo. Oito dos reféns foram resgatados vivos, outros morreram pelos bombardeios israelenses ou foram executados.
Hoje, calcula-se que haja 101 reféns, dos quais 33 mortos. “Expressamos profunda preocupação com o destino dos 101 homens, mulheres, idosos e crianças ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza”, comunicou o Fórum de Famílias de Reféns. Um dos familiares pediu a Netanyahu: “Não enterre os reféns. Você tem sua imagem de vitória. Agora, traga um acordo”.
Nos anos em que estava preso em Israel, Sinwar escreveu um romance a que deu o título de “O Espinho e o Cravo”. É uma narrativa que justifica o martírio, o sacrifício pela resistência, contada por um menino, Ahmed.
Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Ahmed sai de seu esconderijo para viver sob ocupação israelense, o que faz com que “os baús da juventude fervam como um caldeirão”. Seus familiares e amigos atacam os israelenses e os palestinos que colaboram com eles.
É um romance autobiográfico. Sinwar foi preso por Israel quando matou mais de dez palestinos suspeitos de “colaboração com o inimigo”. Julgado em 1989, foi condenado a cinco penas perpétuas de prisão. Conheciam-no como “O Açougueiro de Khan Yunis”, onde ele nasceu em outubro de 1962.
Na prisão, Sinwar aprendeu hebraico e leu tudo sobre o Mossad e o Shin Bet, as agências de espionagem externa e interna de Israel. Dizia-se “especialista na história do povo judeu”. Um dia, o dentista do presídio, Yuval Bitton, o achou estranho, suspeitou que estivesse doente e recomendou que fosse examinado. Salvou-lhe a vida. Ele estava com um tumor no cérebro, que foi extirpado.
Bitton lembra que Sinwar sabia o Alcorão de cor e o colocou a par das doutrinas de governo do Hamas. A um jornalista italiano, ele disse certa vez: “A prisão constrói você”. Tentou cavar a fuga mais de uma vez. Conseguiu contrabandear celulares e usou advogados como pombos correio. A principal mensagem que enviava era: “Sequestrem soldados”. Foi em troca de um deles, mil prisioneiros por um soldado, que ganhou a liberdade, em 2011.
“Para o prisioneiro, capturar um soldado israelense é a melhor notícia do universo, porque ele sabe que um vislumbre de esperança foi aberto para ele”. Não foi o que conseguiu, com o sequestro de vários soldados e soldadas, além de civis, crianças, mulheres e idosos.
Livre, Sinwar se casou, teve filhos e comentou que as primeiras palavras de um dos filhos foram “pai”, “mãe” e “drone”. Durante o ano de guerra, uma tropa israelense penetrou num túnel em que ele estava, com a família. Uma foto o mostra de costas, uma criança no colo.
Sinwar chegou ao posto máximo do Hamas em 2017. Com Mohammed Deif dividiu o comando militar e os planos de ataque a Israel, elaborados durante dois anos. Com Ismail Haniye, que vivia no Catar, as decisões políticas. Com ambos mortos, assumiu o Hamas sozinho. As dificuldades de comunicação, que não podiam ser feitas por nada eletrônico, faziam com que as ordens dele demorassem dias a alcançar os destinatários. Por várias vezes, foi dado como morto.
O que não se sabe, porém, é o que Sinwar estaria fazendo fora dos túneis que perfurou em toda a Faixa de Gaza e que ficou conhecido como “Metrô de Gaza”. Que destino deu aos reféns? Por que topou o tiroteio com os soldados israelenses que não tinham a menor ideia de que ele estava ali?
Seguinte: o fuso horário pode confundir. Então, vamos lá. Os horários são todos de Israel, seis a mais do que no Brasil:
O encontro dos três do Hamas com os soldados israelenses foi na quarta-feira a noite.
Os combates entraram pela madrugada, com bazuca, canhão, etc, na casa em que o trio se escondeu para se defender.
Ao amanhecer de quinta, os soldados entraram na casa, tirando explosivos deixados, e encontraram os corpos.
Na noite de quinta-feira, Israel confirmou que um corpo era de Sinwar
Esta é a ultima imagem do Sinwar vivo. Foi feita por um drone dos soldados do lado de fora para saber se os palestinos com os quais lutavam tinham sido mortos. Sinwar tenta pegar algo para atirar no drone. Aí os soldados atiram nele, e o matam.
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O MAIOR DERROTADO: O IRÃ
O Irã está perdendo a guerra que o acusam de ter instigado em Israel. E deve ainda sofrer uma retaliação pelos 181 mísseis balísticos que disparou sobre Israel, em 1º de outubro.
A derrota poderá custar ao Irã o domínio do Hezbollah no Líbano. O assassinato de Hassan Nasrallah e de quase todos os seus comandantes nos bombardeios ao sul de Beirute, as explosões de pagers e walkie talkies, e a invasão israelense do sul do Líbano, humilharam e enfraqueceram o que era a mais poderosa milicia do Oriente Médio. Hoje, o exército libanês, talvez mais forte que o Hezbollah, poderá restabelecer a soberania nacional sobre todo o seu território. O Líbano bem o merece.
As mortes de Yahya Sinwar, Ismail Haniye e Mohammed Deif, o trio que comandava o Hamas, afastam o Irã de Gaza e da Cisjordânia. Ao aiatolá Khameney ficou muito difícil a intromissão em Israel. Consta que foi ele quem deu a bênção para o ataque de 7 de outubro de 2023 e mandou o Hezbollah disparar mísseis a partir do dia seguinte, 8/10.
Os Houthis do Iêmen conheceram nesta quinta-feira o poder dos Bombardeios B-2 Spirit, com suas bombas que perfuram a terra e explodem arsenais escondidos. Aliados do “Eixo da Resistência” criado e financiado pelo Irã, eles prometeram continuar atacando cargueiros comerciais no Mar Vermelho e disparando mísseis balísticos contra Israel. Mas estão a dois mil quilômetros de distância de seus alvos.
O ditador sírio Bashar al-Assad deu sinais claros de que não quer mais as miliciais iranianas dentro da Síria, porque elas atraem bombardeios israelenses frequentes. Restam as milícias no Iraque, que são combatidas pela força aérea dos EUA.
Se o Irã parar de interferir, agora que não pode fazer guerra por procuração, será possível contemplar a normalização das relações da Arábia Saudita e Israel, a solução de dois estados para palestinos e israelenses, com a queda prevista do primeiro-ministro Netanyahu, e um Líbano livre, novamente a “Pérola” do Oriente Médio.
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A INVEJA DO MUNDO
A capa da The Economist desta semana substitui o foguete gigante da SpaceX, disparado há quatro dias, por um punhado de dólares. O foguete foi à fronteira da atmosfera e voltou de onde ele partiu alguns minutos depois.
A revista examina “o impacto da política venenosa da América em sua poderosa economia”. E usa a façanha da SpaceX para o bem e para o mal: “Graças a essa maravilha da engenharia, grandes foguetes poderiam se tornar reutilizáveis e a exploração espacial mais barata e ousada. No entanto, assim como o lançamento foi um testemunho para a empresa americana, Elon Musk, fundador da SpaceX, captura tudo o que está dando errado com sua política. Em seu apoio a Donald Trump, o Sr. Musk espalhou desinformação sobre fraude eleitoral e alívio de furacões e zombou de seus oponentes…”
A conclusão: “A América não está prestes a perder seu domínio econômico. Mas, mais cedo ou mais tarde, a política podre começará a cobrar um preço alto e, até lá, será difícil reverter o curso.”
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV*