Lá vão os girinos virar sapos e o grande prêmio da Wildlife Photographer of the Year 2024. Escolhida entre 59.228 concorrentes, a foto premiada é do jornalista fotográfico canadense Shane Gross, que a intitulou “The Swarm of Life” (O Enxame da Vida).
Conta o anúncio do prêmio:
“Shane capturou a imagem enquanto mergulhava com snorkel por várias horas através de tapetes de nenúfares em Cedar Lake, na Ilha de Vancouver, Colúmbia Britânica, tomando cuidado para não perturbar as finas camadas de lodo e algas que cobrem o fundo do lago (…) Uma espécie quase ameaçada devido à destruição do habitat e aos predadores, estes girinos iniciam a sua transição para sapos entre quatro e doze semanas após a eclosão, mas estima-se que 99% deles não sobreviverão até à idade adulta”.
A presidente do júri, Kathy Moran, diz que os jurados ficaram “cativados pela mistura de luz, energia e conectividade entre o meio ambiente e os girinos”.
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Jornais do Oriente Médio desta quarta-feira (9)
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Retaliação ao Irã depende de um telefonema
A retaliação de Israel aos 181 mísseis balísticos do Irã foi decidida numa longa reunião no Ministério da Defesa, em Tel Aviv, na terça-feira à noite. O que falta, agora, é um telefonema entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Joe Biden, previsto para esta quarta-feira.
Os dois líderes de Israel e dos EUA não conversam há 50 dias. A relação tensa entre eles pode ter sido agravada pelas revelações do veterano jornalista Bob Woodward no seu novo livro “War”, “Guerra”, antecipadas pelo jornal The Washington Post. Biden, que chamou Netanyahu de “mentiroso” várias vezes, o trocou pelo presidente Isaac Herzog, ao ligar no aniversário de 7/10.
Para forçar uma conversa com Biden, Netanyahu impediu que seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, voasse na terça-feira para Washington, e atualizasse o governo americano sobre os planos de Israel para o Irã. Os Estados Unidos pediram a Israel que evitasse bombardear as instalações petrolíferas e nucleares iranianas, limitando-se às militares e aos alvos políticos. Mas Israel, desde o início da guerra em Gaza, não tem seguido as recomendações da Casa Branca, algumas vezes só anunciando suas operações enquanto elas acontecem.
O chanceler do Irã, Abbas Araghchi, chegou nesta quarta-feira a Riad, no reino saudita, como parte de uma turnê em que tenta evitar que o ciclo de retaliações israelenses e iranianas vire uma guerra aberta e direta. Ele já fez escalas em Beirute e na Síria, e deve ainda voar a outros países árabes conservadores.
Os ataques continuam, para além dos contatos políticos. Um foguete disparado do Líbano matou um casal que passeava com seus cães em Kiryat Shmona, nesta quarta-feira. O impacto causou um incêndio que se alastrou por cinco prédios. Outros mísseis foram interceptados pela defesa aérea israelense, alguns na área de Haifa, onde cinco pessoas ficaram feridas. Um cidadão árabe-israelense esfaqueou seis pessoas em Hadera, ao norte de Israel, e foi morto. Um dos feridos foi hospitalizado em estado grave.
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Para o ataque de Israel ao Irã, só falta começar
Tão logo o presidente Biden e o premiê Netanyahu encerraram a conversa de 50 minutos, acompanhada pela vice Kamala Harris, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, comentou, sobre o ataque retaliatório preparado contra o Irã: “Nosso ataque será mortal, preciso e, acima de tudo, surpreendente”.
Gallant não estava na sala em que Netanyahu falou com Biden pela primeira vez em seis semanas. Ele tinha ido visitar a Unidade 9900 da Divisão de Inteligência, que coleta inteligência visual do Irã, Líbano, Síria, Iêmen, Iraque e outros países. “Vemos exatamente, e de uma forma muito, muito focada, qualquer lugar que queremos”. Sobre a retaliação ao Irã pelos 181 mísseis balísticos disparados contra Israel, em 1º de outubro, ele acrescentou: “Eles não entenderão o que aconteceu e como aconteceu, eles verão os resultados”.
Na ligação por linha segura, do lado israelense, estavam o ministro de Assuntos Estratégicos Ron Dermer, o conselheiro político do primeiro-ministro Ophir Falk, o vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional Gil Reich, o chefe da Divisão de Política Externa do Conselho de Segurança Nacional, Joseph Drazanin, e o secretário militar Roman Goffman. Do lado americano, além da vice Harris, estava o secretário de Estado, Antony Blinken.
Nesta quarta-feira pairava no ar muita tensão entre duas duplas – Biden/Netanyahu e Netanyahu/Gallant. A dos dois líderes não se dissipou depois da conversa. Os americanos não foram informados do ataque que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e só souberam de outras ações no momento em que aconteciam. Há uma certa desconfiança sobre o que Israel fará no Irã que não foi combinado, com os Estados Unidos recomendando que sejam poupadas as instalações petrolíferas e nucleares. No livro do veterano jornalista Bob Woodward, “Guerra”, que será lançado na semana que vem, Biden muitas vezes chama Netanyahu de mentiroso e de outros nomes.
Com Gallant, seu ministro da Defesa, Netanyahu tem problemas pessoais faz tempo. Já o demitiu, tendo que o readmitir depois, tantos foram os protestos. Na terça-feira, ontem, ele bloqueou uma viagem que Gallant faria a Washington, a convite do secretário da Defesa Lloyd Austin. A justificativa passada à imprensa foi a de que Netanyahu queria ser o primeiro a informar o governo americano sobre os planos para o Irã. Fala-se também de um certo ressentimento por Gallant ter se tornado o preferido interlocutor israelense para a Casa Branca.
Não vazou nenhuma informação sobre quando e como será desfechado o ataque ao Irã. Mas agora, com o telefonema entre Biden e Netanyahu, ele poderá começar a qualquer momento.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV