Moises Rabinovici: A capa da revista New Yorker desta semana, “Novas Alturas”, da artista e arquiteta Victoria Tentler-Krylov, explicada pela editora de Arte François Mouly

A edição esboça uma cena comum do dia a dia em Nova York através da ilustração da arquiteta Krylov
Fonte: reprodução The New Yorker

“Os verdadeiros nova-iorquinos sabem que certos lugares nos bairros externos são mais essenciais para Nova York do que muitos lugares em Manhattan. Para a capa da edição de 14 de outubro de 2024, a artista e arquiteta Victoria Tentler-Krylov esboçou uma cena vibrante em Jackson Heights, no noroeste do Queens.

Se você caminhar pela Roosevelt Avenue em um dia agitado, ‘você certamente ficará impressionado ou absorvido (ou ambos) pelo frenesi visual que está acontecendo ao seu redor’, diz Tentler-Krylov. ‘Mas certifique-se de olhar para cima—a luz do sol filtra através dos trilhos elevados do metrô, sobrepondo padrões complicados a tudo que está abaixo’.”

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Duas capas que se destacam de centenas de outras publicadas
mundo afora. O britânico The Independent montou a dele com
os números principais do primeiro ano desde o massacre de
1200 pessoas em Israel pelo Hamas, cuja retaliação alcança quase
42 mil mortes, entre elas centenas de crianças. O The Jerusalem Post,
sem palavras para capturar o dia 7/10.2023, publicou uma capa em branco.

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7/10/2023 nas capas dos jornais internacionais

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Dia de lembranças e bombas em Israel

Israel lembrou um ano do massacre do Hamas, que matou 1.200 israelenses e sequestrou 250 reféns, sob bombardeio de Gaza, do Líbano e do Iêmen. O aeroporto Ben Gurion foi fechado. As sirenes levaram a população de 132 localidades aos abrigos antiaéreos.

Um míssil balístico foi disparado pelos rebeldes Houthis, no Iêmen, e interceptado, na atmosfera, por um antimíssil Arrow3, sem que seus fragmentos provocassem vítimas ou destruição. Outros 25 mísseis partiram do sul do Líbano mirando as cidades de Kiryat Shmona, Manara, Margaliot e Kfar Blum, na Galileia. Na Baía de Haifa, mísseis e antimísseis puderam ser vistos a olho nu.

De Gaza, onde a guerra começou em 7/10/2023, cinco mísseis foram lançados de Khan Younis para Tel-Aviv e cidades vizinhas, no centro de Israel. Um deles caiu no subúrbio de Holon e outro numa comunidade religiosa, Kfar Chabad, ferindo levemente duas pessoas. Israel voltou a atacar o bairro de Dahieh, reduto do Hezbollah, ao sul de Beirute.

Os israelenses lembraram seus mortos e reféns no Parque Yarkon, em Tel-Aviv. Os nomes de todos os mortos de 7 de outubro e nos meses seguintes passaram em três telões. Depoimentos de familiares foram intercalados com músicas, entre elas “Ein li eretz aheret”, ou “Não tenho outro país”. Quase todos na cerimônia vestiam camisas com a frase “Traga eles (os reféns) para casa” e estampadas com a foto dos reféns ainda em Gaza, talvez 101 contando com mais de 30 mortos.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu seu gabinete para uma cerimônia especial, acendeu uma vela e sugeriu dar à guerra o nome de Guerra do Renascimento, mas dois ministros lembraram que soava muito parecido ao nome em hebraico da Guerra da Independência. O líder da oposição, Yair Lapid, sugeriu que o nome fosse “Guerra da Culpa”, escrevendo na plataforma X que “este governo não é o governo do renascimento, é o governo da culpa”. Em dezembro, Netanyahu tentou mudar o nome da guerra para Guerra do Gênesis, mas acabou ficando “Espadas de Ferro”, nome pouco conhecido e publicado pela imprensa, mesmo a israelense.

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