A leucemia mieloide crônica (LMC) é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas. Caracteriza-se pela produção excessiva de glóbulos brancos anormais, chamados células mieloides. Desenvolvendo-se lentamente, a LMC é mais comum em adultos e muitas vezes detectada em exames de sangue de rotina, antes mesmo de apresentar sintomas.
Mas o que causa essa doença? A principal culpada é uma mutação genética conhecida como cromossomo Filadélfia, que gera o gene BCR-ABL. Esse gene envia sinais para que as células cresçam descontroladamente. Fatores de risco incluem exposição a altas doses de radiação, embora a causa exata da mutação ainda não seja completamente compreendida.
Nos estágios iniciais, a LMC pode ser assintomática, mas quando os sintomas aparecem, incluem fadiga, perda de peso inexplicada, sudorese noturna, febre e desconforto abdominal devido ao aumento do baço. É crucial procurar um médico hematologista caso esses sintomas persistam, pois o diagnóstico precoce pode melhorar significativamente o tratamento. Para diagnosticar a LMC, exames de sangue são usados para detectar níveis anormais de células sanguíneas. Se houver suspeita, um aspirado ou biópsia da medula óssea associado com testes genéticos podem confirmar a presença do cromossomo Filadélfia e o gene BCR-ABL.
O tratamento da LMC foi transformado com medicamentos chamados inibidores da tirosina quinase (TKIs), como o imatinibe. Esses medicamentos bloqueiam a ação do gene BCR-ABL, controlando a produção de células anormais. Com o tratamento adequado, muitos pacientes conseguem viver uma vida normal. Em alguns casos, um transplante de medula óssea pode ser necessário se os medicamentos não forem eficazes.
Graças aos avanços no tratamento, o prognóstico para pacientes com LMC melhorou muito, permitindo que muitos vivam por muitos anos com a doença controlada. No entanto, é essencial o acompanhamento com um hematologista de forma regular para monitorar a resposta ao tratamento. Seguir as orientações médicas, tomar os medicamentos conforme prescrito e realizar exames regulares são fundamentais.
Em resumo, a leucemia mieloide crônica é uma doença séria, mas tratável. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitos pacientes conseguem controlar a doença e levar uma vida plena. Se você ou alguém que conhece está enfrentando essa condição, é crucial procurar orientação médica e apoio adequado.
Dr. Renato Cunha – CRM-SP126454/RQE79067
Hematologista
Doutor pela Universidade de São Paulo e pela Universidade Paris-Diderot,
Pós-doutor pelo National Cancer Institute dos EUA