Menos de 24 horas após uma série de bombardeios que resultaram na morte de quase 500 libaneses, Israel lançou uma nova ofensiva contra o sul do Líbano. As ações começaram na terça-feira e foram registradas por agências de notícias há pouco mais de duas horas.
Sirenes de alerta soaram no norte de Israel, que tem sido alvo do Hezbollah desde o início do conflito em outubro do ano passado, enquanto cerca de 50 mísseis foram disparados em direção ao território israelense.
A escalada da violência levou os Estados Unidos a enviar um contingente de tropas à região. O Pentágono confirmou que o número de militares é pequeno e visa apenas reforçar a segurança local.
O governo libanês descreveu os ataques como um “genocídio”, enquanto as autoridades israelenses afirmaram que as operações foram direcionadas a bases do Hezbollah. Várias companhias aéreas já começaram a cancelar voos para Beirute, a capital libanesa.
O Itamaraty se prepara para resgatar brasileiros que vivem no Líbano e já solicitou à Embaixada em Beirute uma lista de cidadãos interessados em receber ajuda para deixar o país. O objetivo é avaliar o tamanho de uma possível operação de evacuação.
Celso Amorim, assessor especial da Presidência, classificou os ataques israelenses como “tremendamente revoltantes” e expressou preocupação com uma possível escalada que poderia levar a uma guerra total na região. Ele ressaltou que, apesar de o aeroporto de Beirute ainda estar operando, a retirada de civis poderá se tornar mais difícil, com incertezas sobre a continuidade dos voos comerciais.
As escolas em Beirute e outras localidades estão sendo transformadas em abrigos para aqueles que fugiram das áreas afetadas no sul do Líbano. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, planeja ir a Nova York para dialogar sobre a situação e cancelou a reunião do gabinete prevista para hoje.
Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu à população libanesa que “saísse do caminho do perigo”, enquanto as forças israelenses enviaram mensagens de texto alertando sobre a necessidade de se afastar de edifícios onde o Hezbollah armazenava armamentos. O ataque visava o principal comandante do Hezbollah no sul do Líbano, Ali Karaki, embora não esteja claro se ele foi atingido. O Hezbollah, por sua vez, declarou que Karaki está “bem” e se deslocou para um local seguro.