10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária

As Imunodeficiências Primárias (IDPs) constituem um grupo de cerca de 300 doenças que cursam com infecções graves de repetição, autoimunidade, inflamação, alergias e câncer, dependendo do defeito genético. Os recém-nascidos com imunodeficiência primária aparentam ser saudáveis, contudo manifestam as primeiras ocorrências logo nos primeiros meses de vida. Frequentemente ocorre atraso no diagnóstico desses pacientes devido a falta de conhecimento dessas doenças, aumentando o risco de causar sequelas graves ou até a morte do paciente. As estratégias para reduzir o atraso no diagnóstico incluem: educação e a divulgação dos 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária desenvolvido pela Fundação Jeffrey Modell, sendo revisado e ampliado pelo Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (BRAGID, www.bragid.org.br).

Crianças

1- Duas ou mais pneumonias no último ano.

2- Quatro ou mais otites no último ano.

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3- Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses.

4- Abscessos de repetição ectima.

5- Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia).

6- Infecções intestinais de repetição / diarreia crônica.

7- Asma grave, Doença do colágeno ou Doença autoimune.

8- Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por Micobactéria.

9- Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência.

10- História familiar de imunodeficiência

A imunodeficiência grave combinada (SCID) ou “doença do menino da bolha” é caracterizada por um grave defeito na imunidade celular e humoral que torna as crianças suscetíveis a infecções. As crianças com SCID apresentam alta taxa de mortalidade no primeiro ano de vida quando não diagnosticadas e tratadas corretamente. Isso ocorre devido a mutações em genes que controlam a maturação de células do sistema imune adaptativo. A característica principal dos recém-nascidos (RNs) com SCID é a falha na produção de linfócitos T, podendo também causar falha na produção de linfócitos B e natural killer (NK) dependendo da mutação genética. Contudo, mesmo nos SCIDs com a população de linfócito B normal são incapazes de produzir anticorpos devido à ausência de linfócitos T auxiliares. Desta forma, estes RNs podem apresentar falha na imunização quando vacinados, podendo desenvolver infecções em caso de vacinação com patógenos atenuados, como a BCG que lhe causam terríveis eventos adversos.

Acreditava-se que a incidência de bebês nascidos com SCID seja 1:40.000. O teste para triagem neonatal (teste do pezinho) para esta grave doença se baseia na quantificação de pedaços de DNA circulares formados durante a maturação de linfócitos T e B conhecidos como TRECs (do inglês, T-cell Receptor Excision Circles) e KRECs (do inglês, Kappa-deleting Recombination Excision Circles), respectivamente. A triagem neonatal para SCID e agamaglobulinemia (Agama) é realizada a partir do cartão de Guthrie utilizado no teste do pezinho com alta sensibilidade. Estudos já mostraram a grande importância do diagnóstico precoce de SCID tendo em vista que o único tratamento curativo desta doença é o transplante de medula óssea (TMO). Bebês transplantados antes de 3,5 meses de idade apresentam um índice de sobrevida de mais de 95%. No entanto, a sobrevida cai para 60-70% quando o TMO é realizado após os 3,5 meses de idade e a incidência de complicações infecciosas e sequelas aumentam dramaticamente.

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