A audição é um sentido nobre essencial ligado à aquisição e desenvolvimento da linguagem oral, assim como às relações interpessoais e ao meio ambiente. Atualmente a perda auditiva afeta cerca de 3 a cada 1.000 nascidos vivos, e quase 6 milhões de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva no Brasil.
Esta deficiência pode ser altamente incapacitante, resultando em efeitos na comunicação e impacto no desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Assim, devemos nos atentar aos mínimos sinais e cuidados simples para sua prevenção.
Apresentamos abaixo 10 dicas úteis para evitar dano à audição e identificar precocemente os riscos da perda auditiva:
1. Não introduza objetos de qualquer natureza no conduto auditivo na tentativa de limpá-lo. A orelha expulsa a cera em excesso naturalmente e interferir neste processo pode ocasionar a perfuração do tímpano, impacção do cerume e processos infecciosos.
2. Sempre complete o tratamento de gripes, otites e sinusites, conforme a orientação do seu médico e nunca com soluções caseiras. Infecções mal tratadas podem levar a perda permanente da audição.
3. Quando resfriado, evite assoar o nariz. A limpeza nasal adequada deve ser feita através de lavagens com soro fisiológico pelo menos 3 vezes ao dia. Assim, haverá menor risco de a secreção atingir a orelha média pela tuba auditiva e causar otites.
4. Durante o tratamento de doenças infecciosas da orelha proteja-a com um pedaço de algodão embebido em óleo de hidratação infantil ou mesmo em azeite para que não haja risco de entrada de água no banho. Durante o dia, a proteção deve ser removida para que a adequada ventilação da orelha ocorra normalmente.
5. Quando expostos a ruídos diários acima de 85dB, seja em exposição prolongada, esporádica ou súbita, devemos sempre utilizar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), já que estímulos sonoros de alta intensidade podem matar as células da audição permanentemente.
6. Controle o nível sonoro dos brinquedos infantis! Crianças e bebês suportam a mesma intensidade de som que os adultos, porém eles estão sujeitos a um maior risco quando a intensidade sonora é maior.
7. Qualquer suspeita de redução da audição em recém-nascidos ou atraso no desenvolvimento da linguagem implica a investigação audiológica obrigatória. Da mesma forma, a protetização precoce determina melhor resultado futuro na compreensão da fala e também reduz a taxa de demência em idosos.
8. Em eventos musicais, evite exposição direta às caixas de som. A sensação de zumbido pode ser decorrente de um trauma auditivo e é um sinal de alerta que deve ser investigado por um otorrinolaringologista.
9. Qualquer sensação de perda auditiva súbita em crianças ou adultos deve ser investigada o mais breve possível. Postergar o diagnóstico e o início do tratamento pode reduzir as chances de cura.
10. Adolescentes e adultos que utilizam fones de ouvido estão mais susceptíveis ao trauma acústico. Para reduzir este risco, seu uso diário deve ser realizado com sons de intensidade máxima de 60dB por até 60 minutos.
Qualquer perda de audição deve ser avaliada e tratada o mais rápido possível pois se demorar pode ser irreversível!
Dr. Ricardo Ferreira Bento – CRM 33144
Otorrinolaringologista