A oposição ao governo aumenta a pressão por um impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O Senado precisa de 54 votos dos 81 necessários, mas a avaliação é de que as chances de levar o pedido adiante são quase nulas. A Mesa Diretora da Casa já recebeu mais de 50 requerimentos contra ministros do Supremo, e engavetou todos.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, também não deu sinais de prazo para acatar ou não o pedido. O ministro é investigado por usar o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral fora do rito para investigar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A suspeita é de que Moraes teria pedido informalmente a assessores do gabinete a produção de relatórios específicos da Justiça Eleitoral. Os documentos serviriam para embasar decisões do próprio ministro em inquéritos relatados por ele, como o que investiga as milícias digitais.
A denúncia foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo através do vazamento de áudios dos assessores de Moraes. O ministro Alexandre de Moraes nega as irregularidades. Ele justifica que agiu corretamente, porque acumulava ao mesmo tempo as funções de presidente do TSE na época e de relator de inquéritos sobre as eleições no STF.