O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou mais uma vez que vai seguir na disputa eleitoral pela reeleição. O político fez na noite desta quinta-feira (11) a primeira entrevista coletiva desde o debate com Donald Trump que colocou em cheque a candidatura do democrata.
Biden afirmou que é o nome certo para concorrer e vencer o republicano. “Eu sou a pessoa mais qualificada”, disse. E completou que quer a reeleição porque tem um “trabalho para terminar”.
Sobre a própria capacidade psíquica, disse que passou por “três exames neurológicos intensos com diferentes neurologistas”. “Eles disseram que eu estou bem. Minha capacidade neurológica é testada todos os dias porque eu tomo decisões todos os dias”, garantiu.
No entanto, Biden não descartou um novo exame, desde que seja uma solicitação médica. “Não há nenhuma indicação que isso seja necessário”.
“Não importa o que eu faça, ninguém vai ficar satisfeito”, disse. E completou: “A única coisa que a idade faz é criar mais sabedoria.”
Pressões
A entrevista aconteceu em meio ao aumento das pressões para que o presidente desista de participar da disputa eleitoral. Nos últimos dias, parlamentares democratas, o partido de Biden, e famosos, como o ator George Clooney, se manifestaram publicamente pedindo que a sigla tenha um novo nome na disputa. Pesquisas de opinião apontam que Trump tem se isolado na preferência dos americanos.
Mais cedo, em discurso de encerramento na Cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, Biden se confundiu e chamou Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, de “Putin”, presidente da Rússia. Os dois países estão em guerra.
O mau desempenho no confronto com Donald Trump colocou em cheque a aptidão física e mental de Biden, de 81 anos. A Casa Branca justificou que os lapsos e confusão do democrata no debate se deu em razão de um resfriado.
O democrata chamou o episódio do debate de “erro bobo” e destacou que manteve uma agenda muito cheia desde então. “Olha a minha agenda. O Trump não fez nada. Basicamente ficou só jogando golfe e indo para lá e para cá.”
Temas em pauta
Essa também foi a primeira vez que o chefe da Casa Branca enfrentou sozinho os jornalistas em oito meses. As primeira palavras do político foram em tom de campanha. Biden aproveitou o momento para falar sobre o apoio americano à Ucrânia, enalteceu os resultados econômicos dos Estados Unidos e afirmou que a “política de Trump custaria mais aos americanos”. Ele ainda falou sobre a guerra na Faixa de Gaza e os esforços para um tratado de paz no Oriente Médio.
Questionado se faria algo diferente em relação ao apoio à Israel, Biden afirmou que esteve “com os principais líderes árabes”, que buscou formas de levar “mais ajuda, comida, remédios” para a região do confronto.
“Israel não foi muito cooperativa para dizer o mínimo”, disse o democrata. “A questão é que é hora de acabar com essa guerra. Não significa abandonar e deixar ali os reféns. Há uma insatisfação dos palestinos com o Hamas. O Hamas não é popular agora.”