O levantamento “Elas Vivem: um caminho de luta”, da Rede de Observatórios de Segurança, lançado na última quarta-feira (13), aponta que uma mulher morre no Brasil a cada 17 horas vítima de feminicídio. Os dados foram obtidos a partir do monitoramento de nove estados do país. A cada 24 horas, 13 mulheres sofrem algum tipo de violência de gênero no país.
Em 2024, das 4.181 vítimas, 531 foram casos de feminicídio registrados no Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Isso representa um aumento de 12,4% em relação aos dados de 2023. Apesar das diferentes regiões, o responsável costuma ser o mesmo: 70% dos feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros.
As análises específicas de cada estado assustam ainda mais. No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual tinham de 0 a 17 anos. Já o Pará teve um aumento de 73,2% na violência contra mulheres no último ano. São Paulo foi o único estado que registou mais de mil casos de feminicídio, com 1.177.
Outras regiões também registraram aumentos significativos na violência de gênero: 87,1% no Maranhão, 73,2% no Pará e 17,8% no Piauí. O Ceará teve o maior registro de feminicídio em sete anos e, apesar disso, Pernambuco foi o estado que liderou no Nordeste em casos de mortes de mulheres, com 167 vítimas.