O presidente Lula afirmou na COP30, que pela primeira vez na história, os países do Sul Global terão papel central na construção de uma agenda global voltada à preservação das florestas. Segundo ele, as florestas tropicais são vitais no enfrentamento da crise climática, pois retêm carbono, garantem os fluxos hídricos e abrigam a biodiversidade.
“Sem elas, não temos água para beber nem para plantar. As florestas valem mais em pé do que derrubadas”, afirmou Lula
O presidente ressaltou que o Tropical Forest Finance Fund (TFFF), fundo de financiamento das florestas tropicais, representa uma inovação na governança ambiental global. A iniciativa, liderada pelo Brasil, busca mobilizar até US$ 125 bilhões para financiar a conservação de cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídas em 73 países em desenvolvimento. O monitoramento será feito por satélite, garantindo transparência e confiabilidade nos resultados.
Segundo Lula, o fundo também prevê igualdade na tomada de decisões entre países investidores e nações detentoras de florestas, corrigindo assimetrias históricas nas negociações climáticas. Ao menos 20% dos pagamentos serão destinados a povos indígenas e comunidades locais, reconhecendo o papel essencial desses grupos na proteção da biodiversidade.
O presidente também destacou a bioeconomia como uma alternativa capaz de unir desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Essa estratégia propõe gerar renda a partir do uso sustentável de produtos da floresta sem causar destruição ambiental.
“Cuidar dos seringueiros, extrativistas, mulheres e povos indígenas é cuidar das florestas”, afirmou Lula.
Além disso, anunciou ainda que o Brasil será o primeiro país a investir no fundo, com um aporte inicial de US$ 1 bilhão. A iniciativa reforça a tentativa do governo brasileiro de reposicionar o país como líder global na agenda climática e florestal, em um momento em que o mundo busca equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental. Segundo analistas internacionais, o TFFF poderá se tornar um marco no financiamento climático, ao reconhecer que as florestas tropicais são um patrimônio global e que o protagonismo dos países do Sul é essencial para garantir o futuro do planeta.
A Conferência das Partes (COP30) começou nesta quinta-feira (6) em Belém.
