A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (15) uma operação contra um grupo criminoso que usava redes sociais para espalhar discursos de ódio, incitar a automutilação e lançar desafios arriscados entre adolescentes. O comentarista Rodolfo Schneider destacou, em sua análise, que muitos desses conteúdos parecem inofensivos à primeira vista, mas podem terminar em tragédia — como o recente caso da menina de 8 anos que inalou desodorante com álcool após seguir um desafio e teve morte encefálica.
Na avaliação de Rodolfo, plataformas como o Discord concentram conteúdos extremamente violentos, como incentivo ao suicídio, estupro virtual e ataques a grupos vulneráveis. Já redes como TikTok e Instagram também abrigam desafios perigosos que circulam rapidamente entre os jovens. “É fundamental responsabilizar tanto os influenciadores quanto as plataformas que permitem esse tipo de conteúdo”, afirma.
Ele ressalta, no entanto, que a resposta das autoridades ainda é lenta e insuficiente diante da velocidade com que esse tipo de material se espalha. Por isso, o papel dos pais torna-se ainda mais central. Rodolfo defende que o diálogo dentro de casa vá além de perguntas rotineiras sobre a escola. Compartilhar frustrações e inseguranças com os filhos pode abrir espaço para conversas mais profundas e ajudar a identificar sinais de alerta.
Durante sua participação no Canal Livre, ao lado do professor Christian Dunker, da USP, Rodolfo abordou também a importância de permitir que as crianças enfrentem frustrações ao longo da vida. “Blindá-las o tempo todo pode impedir que desenvolvam maturidade emocional para lidar com as dificuldades do mundo real — inclusive as que estão na internet”, pontua.
Para ele, a operação desta terça-feira é um passo importante, mas não resolve o problema. “Se não for o Discord, será outra plataforma. Se não for esse influenciador, será outro. Por isso, proteger nossos filhos é uma tarefa diária — e começa dentro de casa.”
*Esse texto não reflete necessariamente a opinião da BandNews TV
