PARA ENTENDER A GUERRA NA SÍRIA
(Único lugar do Oriente Médio onde o inimigo do meu inimigo não é meu amigo)
Já socorrido por russos e iranianos contra os islâmicos que tomaram Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, o presidente sírio Bashar Assad explicou, por telefone, ao presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, que o Ocidente e os EUA querem dividir a Síria. Mas a Síria já está dividida.
Há informações de que ucranianos foram os últimos a se aliar aos rebeldes, com seus drones disparados contra a Rússia, na Ucrânia e, agora, também na Síria. No sábado, Israel interceptou um avião do Irã sobre a Síria, suspeito de estar carregando armamento para o Hezbollah, e o obrigou a voltar.
Veja neste mapa do livro Les Leçons de la crise Syrienne (As Lições da Crise Síria), de Fabrice Balanche, publicado na plataforma X pelo israelense Yoni (@jbytej)
NA PARTE AMARELA DO MAPA
No canto inferior direito estão os EUA.
Os turcos, no alto, vermelho, em Tal Abyad e Ros Al Ain.
Os russos, acima dos americanos, em Amuda, Qamishi, Koban, Tal Tamr e Ayn Issd.
As Forças Democráticas Sírias, em Raqqa, Al Tabgan e Manbij.
Os curdos vivem na Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria, Rojava. Com eles estão tribos árabes e assírias e vários outros grupos étnicos.
NA PARTE AZUL DO MAPA
Em Idlib, sob controle dos rebeldes, foi criado o Governo de Salvação da Síria. Aqui estão também as milícias uigures, mais ativas na China. É um enclave em meio ao domínio turco em Afrin.
Os jihadistas do grupo ex-Al Qaeda, Tahir Al-Sham, dominam Idlib, onde também há posições turcas e iranianas.
Há mais russos espalhados em Palmyra, Tartous, Hmeimim, Busra al-Sham.
Iranianos estão em Damasco, no aeroporto internacional, Al Kishwa, Al Qusay, com os combatentes do Hezbollah.
Israel ocupa o Golan, à esquerda no mapa azul.
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Israel e Hezbollah atacam. Mas a trégua continua.
Israel e Hezbollah violaram o cessar-fogo algumas vezes, desde que ele entrou em vigor, na semana passada, mas não o romperam, na interpretação do dos Estados Unidos.
“Houve alguns ataques esporádicos nos últimos dias”, reconheceu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, acrescentando: “Mas isso era esperado”.
Nesta segunda-feira ao anoitecer no Oriente Médio, Israel executou uma onda de ataques aéreos, retaliando o disparo de dois morteiros do Hezbollah que acertaram um descampado no Monte Dov.
Cada um dos lados explicou que reagiu ao outro. O Hezbollah justificou-se: Israel enviou drones sobre o Líbano e disparou contra alvos que considerou suspeitos no sul do Líbano. E Israel considerou os morteiros no Monte Dov “uma violação grave que deverá ser respondida com força”.
O porta-voz Kirby estava no Air Force One quando contou à imprensa que um general do Exército dos Estados Unidos está na embaixada americana de Beirute para observar as violações do cessar-fogo e repassá-las ao enviado da Casa Branca no Oriente Médio, Amos Hochstein. Ele assegurou que tanto Israel quanto Líbano continuam comprometidos com a trégua.
Hochstein teria reclamado com o governo israelense os sobrevoos de drones sobre Beirute. E a França exortou Israel a manter o cessar-fogo. O Líbano reclamou de um ataque que teve por alvo um bulldozer militar libanês que era usado para trabalhos de fortificação na base militar de Al-Abbara, perto da fronteira com a Síria. Alguns veículos foram atingidos também no Vale de Bekaa.
Israel rejeitou as acusações de violação do acordo e advertiu: “Temos planos e metas prontos para serem ativados a qualquer momento… Vamos atacar fortemente às graves violações do Hezbollah. ”
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DESTAQUES NO MUNDO
Os Knicks são o time de basquete de Nova York. São quase sinônimos. E estão na capa da New Yorker desta semana, sob o título de “Festa no Jardim”. A ilustração é uma aquarela assinada pelo artista John Cuneo. Para quem ele torce? “Descrever-me como um fã sofredor dos Knicks seria redundante”, ele responde.. “Mas nestes últimos anos, eles mostraram uma verdadeira promessa. . . a esperança nasce eterna.”
Uma faca corta a capa da Der Spiegel: “Tem certeza?” — é o título. O subtítulo diz tratar-se da cena de crime na Alemanha e que a violência está de volta, segundo o tradutor do Google.
O que cabe na cabeça: exercício, dieta e tudo o mais que ajuda. É a capa da revista alemã Stern
O jornal La Croix lança edição especial com a redescoberta de Notre-Dame, de novo aberta ao público depois de pegar fogo.
Le Parisien, também sobre Notre Dame: mais bela que nunca.
No jornal chinês Shanghai Daily, 43 “mártires” chineses da guerra da Coreia voltam para casa.
Na capa nacional da The Economist, o último mau acordo para a Ucrânia.
No Wall Street Journal, a manchete é a de todos os jornais americanos, o perdão do presidente Joe Biden a seu filho, mas o destaque com foto é o avanço dos rebeldes na Síria contra o governo do presidente Bashar Assad, cujos protetores — o Irã, o Hezbollah e a Rússia — estão enfraquecidos ou ocupados em outras guerras.