Miocardite: o caso do jogador Paulo Henrique Ganso

Meia já iniciou tratamento e está acompanhado por uma equipe médica; entenda quais são as causas da doença
Fonte: Band.com.br

Recentemente, o jogador Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, foi diagnosticado com miocardite durante uma avaliação médica de pré-temporada, sendo afastado dos treinamentos por pelo menos 30 dias.

Tal fato gerou o interesse do público em geral sobre essa patologia, que causa a inflamação do miocárdio, o músculo do coração. Essa inflamação pode comprometer a capacidade do órgão de bombear sangue eficazmente, levando a um quadro de insuficiência cardíaca.

A causa mais comum dessa patologia costuma ser de origem viral. Alguns vírus, como o da gripe e o da COVID-19, podem apresentar tropismo, ou seja, atração pelas células do músculo cardíaco, causando um processo inflamatório que pode gerar uma série de consequências danosas ao coração.

Outras possíveis causas incluem infecção bacteriana, uso de drogas e anabolizantes, bem como doenças autoimunes e reações a determinados fármacos.

Os sintomas podem variar bastante, desde pacientes assintomáticos, como no caso de Paulo Henrique Ganso, até casos de miocardite fulminante, com necessidade de transplante cardíaco.

Nesses casos em que há evolução para insuficiência cardíaca, o paciente pode apresentar sintomas relacionados a essa condição, como cansaço fácil, palpitações, tonturas e edema em membros inferiores.

A evolução da miocardite é bastante variável. Em muitos casos, a inflamação pode se resolver espontaneamente, sem deixar sequelas. No entanto, em situações mais graves, pode levar a complicações como insuficiência cardíaca ou arritmias.

O prognóstico depende da gravidade e da resposta ao tratamento. A boa notícia é que muitos pacientes se recuperam completamente, especialmente com diagnóstico e tratamento precoces. Entretanto, o período de recuperação pode levar até seis meses.

O retorno precoce às atividades físicas, especialmente no caso de profissionais do esporte como Ganso, deve ser tratado com cautela. Uma reavaliação cardiológica adequada, incluindo a realização de ressonância cardíaca, é fundamental, uma vez que a falta desses cuidados pode gerar piora clínica, recorrência da inflamação e complicações indesejadas, como arritmias e até morte súbita.

O tratamento pode incluir medicamentos para reduzir a inflamação e melhorar a função cardíaca, além de repouso. Em casos graves, pode ser necessária internação, suporte mecânico ou até transplante cardíaco.

O caso de Paulo Henrique Ganso destaca a importância do diagnóstico precoce, do repouso e do tratamento adequado. Com o apoio médico e um estilo de vida saudável, há um caminho otimista para a recuperação.

Dr. Rodrigo Souza – CRM PA 7926 – RQE Nº: 4130 – RQE Nº: 4137 Cardiologista Membro Brazil Health