O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou neste domingo (6) na abertura da primeira reunião da Cúpula do BRICS, que ocorre no Rio de Janeiro e segue até esta segunda-feira (7). A repórter Gabriela Morgado acompanhou o evento.
Durante sua fala, Lula voltou a criticar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) e defendeu a criação de um Estado palestino, afirmando que a entidade vem perdendo credibilidade.
Ele também criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmando que incentiva a corrida armamentista e que “é mais fácil investir na guerra do que na paz”.
O presidente condenou novamente os ataques ao Irã sem citar diretamente os Estados Unidos e voltou a classificar as ações de Israel contra a Palestina como “genocídio”.
Reforma da Governança Global e Sul Global
Lula defendeu ainda que países do Sul Global devem ter cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, o multilateralismo está sob ameaça e precisa ser fortalecido com mais representatividade.
A sessão dedicada aos temas “Paz e Segurança” e “Reforma da Governança Global” segue de forma fechada ao público, com as falas dos demais líderes participantes. Após isso, haverá um almoço e, às 16h, está prevista uma reunião sobre inteligência artificial, multilateralismo e economia.
Além do Brasil, participam da Cúpula outros 28 países e sete organizações internacionais. Os líderes da China, Rússia, Irã e Egito não vieram ao Brasil, mas enviaram representantes. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa por videoconferência.
Marina Silva defende financiamento climático e transição justa
Mais cedo, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que os países em desenvolvimento são unânimes quanto à necessidade de recursos e tecnologia para ações de combate às mudanças climáticas.
O financiamento climático deve ser um dos pontos centrais da declaração final da Cúpula do BRICS, que termina nesta segunda-feira (7), na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Marina também voltou a mencionar a proposta brasileira de criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, além de uma segunda iniciativa construída em parceria com países do Norte Global.
A ministra ainda comentou sobre a exploração da Margem Equatorial, no Norte do país, alvo de críticas por parte de ambientalistas. Segundo ela, o mundo todo vive um momento de contradição em relação às questões ambientais, mas o Brasil tem mantido o compromisso com uma transição energética justa.
