A Justiça da Argentina rejeitou o pedido do Ministério Público para que Cristina Kirchner fosse presa imediatamente após a confirmação de sua condenação por corrupção. A ex-presidente argentina, que governou o país entre 2007 e 2015 e foi vice-presidente de 2019 a 2023, foi sentenciada a seis anos de prisão. Ela também perdeu o direito de exercer cargos públicos de forma vitalícia.
Apesar da condenação, Cristina ainda aguarda a análise de um pedido de prisão domiciliar, direito garantido pela legislação argentina a pessoas com mais de 70 anos. Enquanto isso, permanece em liberdade e tem até cinco dias úteis, prazo esse que termina na próxima quarta-feira (18), para se apresentar voluntariamente às autoridades. O Supremo Tribunal do país havia determinado a prisão após rejeitar o último recurso da defesa.
A decisão judicial gerou manifestações de apoio à ex-presidente. Cristina Kirchner apareceu na varanda de seu apartamento no bairro Constitución, em Buenos Aires, para saudar apoiadores que se reuniram em vigília desde a confirmação da sentença. Em discurso, ela voltou a afirmar que é vítima de perseguição política e classificou os juízes responsáveis pela decisão como “fantoches”.
A condenação de Cristina está ligada a irregularidades em contratos de obras públicas durante seus dois mandatos como presidente. Segundo a acusação, a ex-presidente favoreceu o empresário Lázaro Báez, amigo da família Kirchner, em licitações fraudulentas, resultando em prejuízo bilionário aos cofres públicos. A defesa nega todas as acusações e afirma que o julgamento foi parcial desde o início.