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Justiça argentina anula julgamento dos médicos acusados pela morte de Maradona

O processo foi declarado inválido após Ministério Público revelar que uma das juízas havia autorizado a presença de cineastas no tribunal
Reprodução: Conmebol

A Justiça da Argentina anulou o julgamento dos sete profissionais de saúde acusados de envolvimento na morte de Diego Maradona. A decisão, tomada nesta quinta-feira (29), ocorre após Julieta Makintach, uma das responsáveis por julgar o caso, renunciar à função diante de alegações de violação ética.

O Ministério Público revelou que a magistrada havia autorizado a presença de cineastas no tribunal e, além disso, teria participado das gravações de um documentário sobre a morte do ex-jogador. A divulgação de vídeos em que ela aparece diante das câmeras levantou dúvidas sobre sua imparcialidade. Makintach, no entanto, nega envolvimento com a produção midiática e afirma que as imagens foram feitas informalmente por um conhecido.

Com a sua saída, dois dos três juízes responsáveis optaram por invalidar o processo. A decisão obriga a Justiça a recomeçar o julgamento que vinha acontecendo desde março deste ano. A nova composição do tribunal ainda não foi definida, mas a defesa da família de Maradona já anunciou que vai solicitar o afastamento definitivo de Makintach.

Entenda o caso

Sete profissionais da saúde estão respondendo por homicídio com dolo eventual — quando não há a intenção, mas assume o risco e a morte acontece —  e podem pegar até 25 anos de prisão. Entre os acusados, está o médico pessoal de Maradona, uma psiquiatra, um psicólogo, além de enfermeiros e profissionais ligados ao plano de saúde responsável pelo atendimento domiciliar do ex-jogador. Segundo a Promotoria, houve negligência no pós-operatório de uma cirurgia cerebral. Um laudo independente divulgado em 2021 concluiu que Maradona “foi abandonado à própria sorte”.

O julgamento tem sido marcado por momentos de tensão. Em uma das audiências, um promotor exibiu uma imagem de Maradona minutos após a morte, o que causou forte comoção. O médico Leopoldo Luque, um dos réus, chegou a ser agredido por um torcedor na entrada do tribunal.

O caso também envolve uma oitava profissional de enfermagem, que responde em um processo separado e ainda não teve sua situação jurídica definida.

Laura Basílio sob supervisão de Thiago San.

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