O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decide pedir demissão nesta terça-feira (8), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. A decisão veio poucos dias após o Supremo Tribunal Federal aceitar denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando Juscelino réu pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A saída, segundo interlocutores do governo, foi acertada com Lula para evitar desgastes à gestão federal.
A investigação teve origem na Operação Benesse, da Polícia Federal, que apura o uso de emendas parlamentares para favorecer empresas ligadas a aliados e familiares de Juscelino. Parte dos recursos foi destinada à prefeitura de Vitorino Freire (MA), comandada por sua irmã, Luanna Rezende, que chegou a ser afastada do cargo. Auditoria da Codevasf apontou irregularidades em contratos e pagamentos com verbas indicadas pelo ex-ministro, beneficiando empresas ligadas a pessoas próximas, incluindo uma cunhada e ex-assessoras.
Em nota, Juscelino afirmou que é inocente e que a denúncia não possui relação com sua atuação à frente do ministério. A defesa declarou confiar no Supremo Tribunal Federal e criticou o uso da denúncia como instrumento político. O União Brasil manifestou apoio ao ex-ministro e deve indicar outro nome para manter a pasta. O nome mais cotado é o do deputado Pedro Lucas Fernandes, atual líder da sigla na Câmara.
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