O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) pediu para o governo de Israel libertar os tripulantes detidos de uma embarcação que estava a caminho da Faixa de Gaza. Na noite de domingo (8), cinco barcos das Forças Especiais Israelenses cercaram o iate Madleen, que transportava os ativistas pró-Palestina.
A tripulação era composta por 12 pessoas, incluindo a congressista do Parlamento Europeu Greta Thunberg. O brasileiro Thiago Ávila também estava entre os tripulantes detidos por Israel.
Em nota publicada nesta segunda-feira (9), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou “acompanhar com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen, que se dirigia à costa Palestina e foi interceptada na madrugada”.
O texto também destacou a necessidade de que “Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante”, e completou que “As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância [acordo] com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.
Entenda o caso
A interceptação aconteceu poucos momentos antes da embarcação romper o bloqueio marítimo Israel ao redor do enclave palestino. A embarcação se dirigia para a costa de Gaza para levar itens de ajuda humanitária ao Enclave Palestino.
O Ministério das Relações Exteriores do governo de Benjamin Netanyahu afirmou que os tripulantes estão bem, e serão enviados até Israel, onde serão interrogados antes de retornarem aos seus países de origem.
Por outro lado, a equipe que coordenava a missão disse ter perdido contato com a embarcação, e que não tiveram atualizações desde a chegada das tropas israelenses. O grupo ainda afirmou que a interceptação aconteceu de forma “forçada” e que Israel “não possui autoridade legal para deter em águas internacionais
Brasileiro detido por Israel
Thiago Ávila e Silva Oliveira, de 38 anos, estava a bordo do iate Madleen quando a embarcação foi detida pelas Forças Especiais de Israel. Natural de Brasília (DF), Ávila chegou a se candidatar para o cargo de deputado federal pelo PSOL, em 2022.
O brasileiro possui mais de 350 mil seguidores em seu perfil no Instagram, onde ele divulga vídeos explicativos e ações humanitárias. Ávila chegou a publicar um vídeo para uma página pró-Palestina caso fosse detido pelas forças de Israel.
“Se você está vendo esse vídeo, significa que fui detido ou sequestrado por Israel, ou outra força cúmplice no Mediterrâneo, em nosso trajeto rumo a Gaza para furar o cerco. Neste caso, peço a vocês que pressionem meu governo e os governos de meus companheiros para sermos libertos e para cortar relações com Israel, interromper o genocídio e o cerco a que Israel tem submetido a população Palestina. Contamos com vocês”, disse Thiago Ávila em aparição.