Hamas liberta todos os reféns, se Israel prometer o fim da guerra

Esse é o mesmo pedido de milhares de reservistas e veteranos de vários setores das Forças de Defesa de Israel.
Reprodução: Agência Brasil

O porta-voz do Hamas, Taher al-Nunu, declarou que todos os reféns israelenses poderão ser libertados, se Israel acabar com a guerra, completando hoje 556 dias. É o mesmo pedido de milhares de reservistas e veteranos de vários setores das Forças de Defesa de Israel (FDI), apoiado por dois de seus ex-comandantes, Ehud Barak e Dan Halutz, e até por ex-agentes secretos do Mossad.

Os israelenses contra a guerra alegam que sua continuação serve apenas a fins políticos, e não mais à defesa de Israel ou a objetivos militares. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu telefonou para familiares de reféns, no domingo, para anunciar que as negociações continuam, e que há uma esperança de que sucedam. Restam 59 reféns em Gaza, entre eles 24 ainda vivos.

A última rodada de negociações, no Cairo, foi suspensa sem progressos, no fim de semana. À mesa, estava a proposta de trocar 10 dos 24 reféns vivos, inclusive o soldado americano-israelense Edan Alexander, por 45 dias de cessar-fogo, mais a libertação de um número não determinado de prisioneiros palestinos. Durante a nova trégua, a ajuda humanitária voltaria à Gaza, paralisada desde o dia 2 de março, quando foi rompido o cessar-fogo, e as tropas israelenses deveriam se retirar das áreas que reocuparam.

O problema é a exigência do Hamas de que o final da guerra seja parte de qualquer acordo; e a de Israel: o desarmamento dos combatentes palestinos e o exílio de seus líderes. O Egito e o Catar estão conversando com os EUA para obter do presidente Trump a garantia de que a guerra chegará ao fim. Só ele tem o poder de convencer o primeiro-ministro Netanyahu. O Hamas teria indicado que quer se tornar um partido político, abandonando as armas.

Enquanto as negociações marcam passo, Israel vai ampliando sua reocupação de Gaza e encolhendo o espaço de seus 2 milhões de habitantes. Nas últimas três semanas, obrigou 400 mil palestinos a novos deslocamentos. E no domingo, com 20 minutos de aviso prévio, bombardeou o Hospital Batista Al-Ahli, o último funcional em Gaza, sob a justificativa de que nele o Hamas tinha instalado um “centro de comando e controle”. Uma criança morreu enquanto era transferida para outro local. Desde que o cessar-fogo foi rompido, em 2 de março, cerca de 1.500 mortos foram acrescentados aos 50 mil contados desde o início da guerra pelo Ministério de Saúde do Hamas, que não distingue entre civis e combatentes.

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