Fachin faz alerta sobre violência contra a mulher no Brasil

Recentes casos de violência contra a mulher preocupam o ministro
Foto: Antonio Augusto/STF

Nesta quarta-feira (03), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, manifestou preocupação com os episódios “estarrecedores” de violência contra a mulher no Brasil.

Durante a abertura da sessão da Corte, Fachin afirmou que o Judiciário renova seu compromisso na defesa das mulheres, com acolhimento das vítimas e responsabilização penal dos agressores.

“Os dados alarmantes registrados todos os anos a respeito da violência de gênero no Brasil demonstram que mulheres e meninas têm medo de sair de casa e não voltar, enquanto outras têm medo de ser agredidas em seus locais de trabalho ou de permanecer em seus lares, o local onde mais sofrem agressões”, disse o ministro.

A declaração veio após uma sequência de casos de violência registrados em diferentes regiões do país.

Na sexta-feira (21), em Florianópolis, a professora e pesquisadora Catarina Karsten foi violentada sexualmente e assassinada durante uma trilha na Praia do Matadeiro.

Em São Paulo, dois casos tiveram grande repercussão na última semana. Na segunda-feira (01), um homem atirou contra sua ex-companheira no local de trabalho. No sábado (29), uma mulher de 31 anos teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro pelo ex-companheiro, que foi preso. A polícia trata o caso como feminicídio.

No Recife, um homem de 39 anos foi preso após atear fogo na casa onde estavam sua mulher grávida e os quatro filhos do casal. Isabele Gomes, de 40 anos, e as crianças, de 1 a 7 anos, morreram.

Segundo dados do Ministério das Mulheres, em 2024 foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos ou lesões corporais seguidas de morte contra mulheres no país.

Fachin ressaltou que a proteção da dignidade das mulheres é um dever constitucional.

“Renovamos o apelo urgente por uma mudança cultural profunda: que o Brasil reconheça, sem hesitação, a gravidade da violência de gênero; que o silêncio, o preconceito e a naturalização de atitudes machistas sejam substituídos pela denúncia, pelo apoio à vítima e pela exigência de responsabilização”, completou.

Giulia Dardé sob supervisão de Leticia Souza. 

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