Erika Hilton aciona Itamaraty após ter identidade de gênero negada nos EUA

Deputada solicitou visto diplomático para ir a evento, e foi registrada como uma pessoa do sexo masculino

A deputada federal Erika Hilton (PSOL), acionou o Ministério das Relações Exteriores após o governo dos Estados Unidos negar sua identidade de gênero em um documento.

A parlamentar vai discursar em uma conferência na Universidade de Harvard, em Boston, mas foi registrada como uma pessoa do sexo masculino pela embaixada americana em Brasília ao receber o visto diplomático. Ela alega ter sido alvo de transfobia ao ter sua identidade de gênero ignorada.

Em 2023, Erika Hilton teve um visto americano emitido de acordo com os seus documentos atuais. Nas redes sociais, ela afirmou que a decisão “não surpreende”.

“Isso já está acontecendo nos documentos de pessoas trans dos EUA faz algumas semanas”, escreveu Hilton.

“Estão ignorando documentos oficiais de outras nações soberanas, até mesmo de uma representante diplomática, para ir atrás de descobrir se a pessoa, em algum momento, teve um registro diferente”, completou.

A Embaixada dos Estados Unidos ainda não se manifestou sobre o caso.

Duda Salabert relata mesmo problema

Deputada Federal por Minas Gerais, Duda Salabert afirmou ter passado pela mesma situação.

“Fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como MASCULINO, com a ‘justificativa’ de que é de conhecimento público no Brasil que sou uma pessoa trans. Ou seja, minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada”, escreveu ela, que classificou a ação como uma “afronta a todos os brasileiros e brasileiras”.

“A decisão do governo dos EUA é, sem rodeios, discriminatória”, finalizou.

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