O governo da China solicitou uma reunião informal no Conselho de Segurança da ONU para o dia 23 de abril, após enviar uma carta aos 193 Estados-membros das Nações Unidas. No documento, Pequim acusa os Estados Unidos de utilizarem tarifas comerciais como instrumento de coerção, prejudicando o sistema multilateral e ameaçando os esforços globais de paz e desenvolvimento.
A iniciativa ocorre em meio à intensificação da guerra tarifária entre os dois países. A Casa Branca anunciou, nesta semana, tarifas de até 245% sobre produtos chineses, justificando a medida como resposta a ações retaliatórias de Pequim. A China, por sua vez, impôs tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos e classificou a política dos EUA como “bullying econômico”. O porta-voz chinês Li Jian afirmou que os EUA devem encerrar a estratégia de “pressão máxima” se quiserem negociar.
De acordo com a agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento, a instabilidade causada pelas disputas tarifárias já ameaça a economia global, com previsão de crescimento reduzido para 2,3%. Enquanto Washington sustenta que cabe à China apresentar propostas, Pequim insiste que foi o governo Trump quem iniciou a escalada. A crise comercial segue sem perspectiva de resolução, afetando mercados e ampliando tensões diplomáticas.