O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (3), por 218 votos a 214, um pacote fiscal proposto pelo presidente Donald Trump. A medida torna permanentes cortes de impostos e estabelece novas regras para os gastos do governo federal. A votação na Câmara dos Representantes ocorreu após aprovação no Senado, onde foi necessário o voto de Minerva do vice-presidente dos Estados Unidos para o desempate. Agora, o projeto segue para sanção presidencial.
Trump vinha se referindo à proposta como “grande e linda”, demonstrando entusiasmo com o avanço do projeto que ele defendia desde o início de seu mandato. O pacote inclui aumento nas isenções fiscais, corte de impostos e medidas que permitem às empresas deduzirem imediatamente os custos de construção de novas instalações industriais. Segundo o governo, o objetivo é estimular a produção dentro do país e fortalecer a independência econômica dos Estados Unidos.
Apesar do apoio da base aliada e de setores empresariais, que comemoraram os benefícios esperados com a nova legislação, o projeto foi alvo de críticas. Elon Musk, que até o mês anterior fazia parte do governo Trump, se manifestou contra a medida, alegando que ela contraria os esforços anteriores para equilibrar as contas públicas. O empresário alertou para o risco de aumento no déficit fiscal, o que gerou troca de farpas com o presidente.
Especialistas também expressaram preocupação com os impactos da nova lei na saúde fiscal do país. O professor de política internacional da UERJ, Paulo Velasco, afirmou que a medida pode gerar um aumento significativo da dívida pública norte-americana, estimado em cerca de 3 trilhões de dólares. Ele alertou para o risco de paralisias governamentais futuras, os chamados “shutdowns”, em função do possível desequilíbrio fiscal, além de possíveis consequências para o valor do dólar e os níveis de inflação.