Bolsonaro apresenta defesa no STF sobre denúncia de tentativa de golpe

Os advogados argumentam que, dado o envolvimento de um ex-presidente e ministros de Estado, o caso exige maior abrangência
Reprodução/Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou sua manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da tentativa de golpe de Estado, solicitando que o julgamento ocorra no Tribunal Pleno. Os advogados argumentam que, dado o envolvimento de um ex-presidente e ministros de Estado, o caso exige maior abrangência. Além disso, destacam que não receberam todos os documentos e provas da investigação, incluindo o espelhamento do celular de Bolsonaro.

A defesa também questiona a postura do ministro Alexandre de Moraes, apontando que ele tomou decisões de ofício, como a instauração de investigações e a realização de diligências, sem consultar a Procuradoria. Os advogados criticam ainda a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmando que ela deveria ter sido descartada devido a suspeitas de coerção e inconsistências.

Em relação aos atos de 8 de janeiro de 2023, a defesa de Bolsonaro ressalta que ele estava nos Estados Unidos e não participou de nenhum ato violento ou ameaçador, considerando que sua atuação se limitou a lives, entrevistas e reuniões. Os advogados defendem que ele nunca ordenou ou apoiou qualquer tentativa de golpe ou ação violenta.

Bolsonaro, denunciado por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, tinha até a quinta-feira (6) para apresentar sua defesa. Seus advogados pediram um prazo de 83 dias para isso, mas o ministro Moraes negou o pedido, mantendo o prazo de 15 dias. Outros denunciados, como os ex-ministros Anderson Torres e Augusto Heleno, também tinham até a mesma data para se manifestar, enquanto o ex-ministro Walter Braga Netto tem até sexta-feira (7).