A imprensa indiana informou, nesta quinta-feira (12), que o comissário de polícia, GS Malik, declarou que um passageiro que estava no assento 11A foi localizado com vida e está em tratamento em um hospital da região.
Mais de 240 corpos foram resgatados das 242 pessoas a bordo do voo AI 171, que caiu em um hostel de médicos em formação, próximo ao aeroporto da cidade de Ahmedabad, na Índia, momentos após a decolagem. Ao menos cinco estudantes morreram e mais de 50 ficaram feridos. Não se sabe ao certo o número de mortos em solo.
Segundo informações da Air India à agência de notícias Reuters, o avião estava indo para o Aeroporto de Gatwick, em Londres, na Inglaterra. A aeronave transportava 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.
O governo indiano confirmou que mobilizou mais de 700 militares para atuar nas operações de resgate e retirada de corpos dos destroços do avião e da área atingida. Esta é a primeira vez que o um avião modelo Boeing 787 Dreamliner, considerado um dos mais seguros na aviação civil, se envolve em um acidente fatal.
A Air India, em publicação no X, confirmou o acidente aéreo e disse estar apurando os detalhes. “Compartilharemos novas atualizações o mais breve possível”, diz a nota da empresa.
Quem é o sobrevivente?
Até o momento, o britânico-indiano Vishwash Kumar Ramesh (40) é o único sobrevivente da queda do voo. A polícia já havia descartado a possibilidade de sobreviventes dentro da aeronave, quando Ramesh foi socorrido com ferimentos em um hospital próximo.
Segundo relatos da mídia indiana, ele mora em Londres e estava em Ahmedabad visitando a família. Ramesh disse que se viu ao lado dos destroços e caminhou até uma ambulância próxima, que o levou ao hospital. “Ele estava desorientado, com vários ferimentos por todo o corpo. Mas parece estar fora de perigo.”, disse o médico Dhaval Gameti, à Associated Press.
“Trinta segundos após a decolagem, houve um barulho alto e então o avião caiu. Tudo aconteceu tão rapidamente,” relatou Ramesh, ao Hindustan Times. Ele disse que sofreu “ferimentos por impacto”, incluindo contusões no peito, olhos e pés, mas estava de certa forma lúcido e consciente.
Segundo a agência de notícias Reuters, a polícia informou que ele conseguiu se salvar pois estava sentado próximo a uma saída de emergência e conseguiu pular para fora.
Mais cedo, a polícia de Ahmedabad disse que parecia não haver sobreviventes do acidente aéreo, até a localização de Ramesh. Em seguida, as autoridades deixaram em aberto a possibilidade de haver mais sobreviventes ao afirmar que “passageiros feridos foram levados pelas autoridades locais ao hospital mais próximo”, disse Campbell Wilson, presidente-executivo da Air India, em um comunicado em vídeo.
Indenização para a família das vítimas
Em comunicado, a Air India afirmou que fornecerá 10 milhões rupias indianas, o equivalente a US$ 116 mil ou R$ 642,4 mil, para as famílias de cada pessoa que perdeu a vida na queda do voo da companhia aérea.
O grupo também assegurou que cobrirá as despesas médicas dos feridos e vai fornecer apoio para a construção do alojamento para médicos atuarem no local.
“Nenhuma palavra pode expressar adequadamente a dor que sentimos neste momento. Nossos pensamentos e orações estão com as famílias que perderam seus entes queridos e com aqueles que ficaram feridos. Continuamos firmes em apoiar as famílias e comunidades afetadas durante esse período inimaginável”, acrescentou o comunicado.
O que significa Mayday?
O piloto chegou a declarar “Mayday” para a torre de comando momentos antes da queda. O código é um sinal de perigo, que quando anunciada três vezes seguidas e repetidas significa que a aeronave necessita de assistência imediata em uma situação de ameaça grave e iminente.
No caso da tragédia ocorrida nesta quinta-feira, o piloto do Boeing repetiu a palavra apenas uma vez, o que pode indicar uma interferência no sinal antes que o comando fosse completado.
O uso do “Mayday” é reservado para situações em que a vida está em perigo iminente, como em falhas críticas da aeronave. Após a mensagem ser anunciada, os controladores de tráfego aéreo e outras aeronaves devem dar total prioridade ao avião em perigo, coordenando esforços e assistências necessárias.
O sinal de socorro foi adotado pela primeira vez em 1923, quando o oficial de rádio do aeroporto de Croydon, em Londres, propôs o uso da palavra. Sua origem se encontra no francês, derivado da expressão “m’aidez” ou “venez m’aider”, que significa “ajude-me”.
A palavra “Mayday” se tornou mundialmente conhecida por conta de sua semelhança em muitos idiomas, sendo estabelecida oficialmente como o sinal de socorro de extrema urgência na Convenção Internacional sobre Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS), em 1948. Além dela, outro sinal de emergência conhecido é o “Pan-Pan”, usado para indicar uma emergência que não atinge o risco de vida.
