O governo argentino anunciou nesta quinta-feira (22) um plano que autoriza os cidadãos a utilizarem dólares guardados fora do sistema financeiro sem a necessidade de declarar a origem dos valores. A medida será formalizada por meio de um decreto assinado pelo presidente Javier Milei, acompanhado de um projeto de lei que será enviado ao Congresso. Batizado de “Plano para a reparação histórica da poupança dos argentinos”, o pacote busca reduzir controles e regulamentações sobre a poupança.
Segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, o objetivo é permitir que os argentinos usem livremente seus recursos em dólares para adquirir bens como eletrodomésticos, carros e imóveis, ajudando a injetar capital na economia. O governo estima que os cidadãos guardem entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões fora do sistema formal, como forma de proteção contra crises econômicas e alta carga tributária. A expectativa é de que a medida incentive a formalização da economia e estimule o crescimento.
Além disso, o governo informou que os limites para declaração obrigatória de transações serão ampliados, abrangendo cartões, compras e consumo de serviços. O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as ações devem estar em conformidade com os padrões internacionais contra lavagem de dinheiro. A proposta foi bem recebida pelo mercado: o índice Merval da bolsa de Buenos Aires subiu 1,4% após o anúncio.