A escalada na guerra comercial liderada por Donald Trump provocou queda significativa no preço internacional do petróleo. O anúncio de novas tarifas sobre produtos importados, feito no início de abril, impactou diretamente a cotação do barril tipo Brent, que chegou ao menor valor em quatro anos, com uma baixa acumulada de mais de 15% desde janeiro. A desvalorização levou o barril de mais de US$80 para pouco acima dos US$63.
O reflexo mais imediato dessa queda foi sentido pela Petrobras, que perdeu R$88,8 bilhões em valor de mercado na B3. A estatal brasileira, fortemente ligada ao desempenho do petróleo no cenário global, viu suas ações despencarem em ritmo semelhante à desvalorização do barril. A instabilidade no setor elevou o alerta entre investidores, especialmente diante da possibilidade de novas medidas protecionistas por parte dos Estados Unidos.
Segundo o ex-diretor da Petrobras, Eberaldo Almeida, o aumento de tarifas reduz o consumo global, o que contribui para a queda dos preços. Ele também destacou o papel da Opep, que começou a afrouxar os cortes de produção implementados anteriormente. Com maior oferta e menor demanda, o mercado reage com forte desvalorização da commodity, gerando efeito direto em empresas produtoras como a Petrobras.
