Cidadãos sírios fizeram fila em caixas eletrônicos em Damasco tentando sacar dinheiro. Funcionários do setor público disseram que não conseguiram sacar salários retidos nos bancos desde que Bashar al-Assad foi deposto da presidência.
A Síria tem sido assolada por uma crise econômica nos últimos anos, motivada por conflitos, sanções ocidentais, crise cambial e a perda de campos de petróleo no nordeste. Uma severa desvalorização da moeda local empurrou 90% dos sírios para abaixo da linha da pobreza, com salários escassos no setor público e o colapso de diversas indústrias.
Segundo a ONU, desde 27 de novembro, mais de um milhão de pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram forçadas a fugir de casa. O novo governo da Síria, escolhido pelos rebeldes, diz que vai aumentar os salários e priorizar a melhoria dos serviços.
Nesta quarta-feira (18), o aeroporto internacional de Damasco foi reaberto. Um avião da Syrian Air decolou com destino a Aleppo, no primeiro voo doméstico desde a derrubada Bashar al-Assad.
Transição na Síria
O líder da antiga oposição síria disse que o governo de transição não deve excluir nenhum partido e pode ser confiável.
Hadi al-Bahra é o chefe da Coalizão Nacional Síria, que agrupou oponentes de Bashar al-Assad durante a guerra civil. Representantes da Coalizão não se encontraram com o líder rebelde sírio que comandou o levante para derrubar o ex-ditador, mas mantiveram comunicações com o governo interino e partidos próximos a ele.
Depois da derrubada de Assad, a Síria é liderada por um governo de transição de três meses. Mas a ofensiva relâmpago levantou questões sobre se os rebeldes serão capazes de garantir uma transição ordeira.