Moisés Rabinovici: Novo otimismo sobre cessar-fogo em Gaza

Negociações tentam alcançar um fim permanente dos combates

O Hamas entregou ao Egito uma lista de reféns idosos, mulheres, crianças e feridos que podem ser trocados por uma trégua de dois meses e pela libertação de um número não revelado de prisioneiros palestinos. Durante o cessar fogo, os negociadores tentarão alcançar um fim permanente dos combates.

Sem acordo, Israel matou 33 palestinos em Beit Lahiya e outros 22 ao norte de Gaza, nos últimos dois dias, elevando o total de mortos para 44.805 e o de feridos para 106.257, desde o início da guerra há 432 dias, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Entre os mortos, informou o serviço secreto israelense, Shin Bet, está o comandante da força de elite Nukhba, Faami Salami.

As negociações para o cessar fogo foram conduzidas em segredo, no Egito e na Turquia, para onde se mudaram alguns líderes políticos do Hamas que deixaram Doha, no Catar, no último impasse, há dois meses. A renovação dos encontros entre negociadores é atribuída à ameaça do presidente eleito Donald Trump de levar o “inferno” à Gaza se os reféns, calculados em 96, entre eles 34 mortos, não forem libertados até sua posse, dia 20 de janeiro.
O diretor do Shin Bet, Ronen Bar, e o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), general Herzi Halevi, foram ao Cairo e se encontraram com altos dirigentes egípcios. Na volta, há duas semanas, eles disseram que não lhes parecia que o Hamas estivesse disposto a negociar.

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Mas algo mudou desde então, e agora o que eles dizem é que há alguma chance de concluir um acordo até antes da posse do presidente eleito Trump. Na lista de reféns entregue ao Egito, consta quatro norte-americanos, com dupla nacionalidade israelense.

O jornal saudita Al-Arabiya publicou, na terça-feira, que Israel estava sendo pressionado a se retirar do corredor Filadélfia, ao longo da fronteira Egito-Gaza, para um acordo. Netanyahu não cedeu às pressões anteriores do presidente Joe Biden, e não se disporia a ceder agora, ao que tudo indica, por temor de que o Hamas recomece a contrabandear armas. Na verdade, a oposição israelense considera essa exigência uma desculpa para não ter acordo, que, se concluído, provocaria instabilidade na coligação governamental.

Netanyahu disse na terça-feira que o Hamas está “mais isolado do que nunca” após a queda do presidente Bashar al-Assad, na Síria. “Esperava uma unificação das frentes. Em vez disso, conseguiu um colapso das frentes. Esperava ajuda do Hezbollah – nós tiramos isso. Esperava ajuda do Irã – nós acabamos com isso também. Esperava ajuda do regime de Assad – bem, isso não vai acontecer agora”. Ele acrescentou: “O isolamento do Hamas é uma abertura para fazer progressos num acordo que trará os nossos reféns de volta, os vivos e os caídos”.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, ecoou o primeiro-ministro Netanyahu na terça-feira: “Seria de esperar que os recentes desenvolvimentos na Síria reforçassem para [o Hamas] que eles estão cada vez mais isolados e deveriam chegar a um acordo… Eles podem. Se não confiarem mais no Hezbollah, certamente não podem confiar no Irã. ”

O ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, saiu otimista de um encontro com o assessor especial para o Oriente Médio, Brett McGurk, na Casa Branca: “Há uma possibilidade real de um avanço” para um acordo de reféns com o Hamas num futuro próximo, ele declarou, lembrando as mudanças tectônicas recentes do Hezbollah, do Irã e da Síria.

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