O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na reunião da Cúpula do Mercosul, onde o acordo foi assinado pelos presidentes do bloco sul-americano e pela presidente do Conselho Europeu, Ursula Von der Leyen.
“Estamos criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, reunindo mais de 700 milhões de pessoas. Nossas economias juntas representam um PIB de 22 trilhões de dólares”, disse Lula.
Em sua fala, o presidente destacou que as condições do acordo discutido em 2019 eram inaceitáveis e que foi preciso incorporar ao texto temas de relevância para o Mercosul. De acordo com Lula, as mudanças visam preservar o interesse em compras governamentais, permitindo a implementação de políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia.
As negociações se estenderam por 25 anos, chegando a ser assinado em 2019. Pontos específicos continuaram sendo pauta nas mesas de discussão e só agora, cinco anos depois, os dois blocos chegaram a um consenso.
“Após dois anos de intensas tentativas, temos um texto moderno e equilibrado que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça o nosso compromisso com o Acordo de Paris. A realidade geopolítica e econômica global mostra que a integração fortalece nossas sociedades, moderniza nossas estruturas produtivas e promove nossa inserção mais competitiva no mundo”, declarou Lula.
O acordo cria a maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu, beneficiando ambas as regiões e atingindo 700 milhões de pessoas. Além do livre-comércio, ele abrange também cooperações em política e pautas ambientais.
É importante destacar, no entanto, que o acordo foi fechado, mas não assinado. A assinatura será realizada depois que os textos negociados passarem por revisão jurídica e forem traduzidos para os idiomas oficiais dos países. Não tem prazo pra isso acontecer.
Segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicada em fevereiro deste ano, o Brasil será o país mais beneficiado com o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Conforme o estudo, o pacto provocaria um aumento de 0,46% no PIB brasileiro entre os anos de 2024 e 2040.