O parlamento da Coreia do Sul derrubou a Lei Marcial imposta pelo presidente Yook Suk Yeol nesta terça-feira (3), já madrugada de quarta no horário local.
O chefe da oposição que está à frente do Parlamento afirmou, em nota, que a Assembléia Nacional — o congresso sul-coreano — tomaria as medidas “apropriadas de acordo com os procedimentos constitucionais”.
No texto, ele ainda pedia que os militares continuassem “calmos” e que mantessem suas posições. Mas não foi o que ocorreu. Os militares entraram no prédio, segundo informações da imprensa estrangeira.
Manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento pedindo que o governo voltasse atrás na imposição da Lei, gritando palavras de ordem como “retire a lei de emergência”.
Decreto da Lei Marcial
Yook Suk Yeol justificou a medida dizendo que opositores promovem “ações contra o Estado”, inclusive favoráveis à Coreia do Norte. Ele não deu detalhes sobre quais seriam essas atitudes, mas garantiu que os rivais políticos tentam paralisar o governo e estabelecer o que chamou de “rebelião”.
Desde que tomou posse, em 2022, Yoon tem enfrentado dificuldades para aprovar no Legislativo a agenda do Poder Executivo. No pronunciamento em rede nacional, o líder sul-coreano ainda disse que o estado marcial é necessário para combater “forças comunistas”. O anúncio representa uma grande escalada na crise política interna.
Ainda não ficou claro quais serão os efeitos da imposição da lei marcial, mas normalmente a medida tem poder para suspender direitos civis e funciona de maneira temporária durante momentos de emergência.
Há um mês, a oposição já havia alertado que o presidente poderia anunciar a medida, acusando Yoon Suk Yeol de preparar uma “ditadura”. O governo negou essa possibilidade.