O Congresso da Nicarágua aprovou uma reforma na Constituição que dá ao ditador Daniel Ortega e à primeira-dama, Rosario Murillo, controle absoluto do país. A alteração foi enviada pelo próprio Ortega em caráter de urgência e aprovada por unanimidade no Legislativo. O partido que controla o Congresso é o mesmo do ditador, a Frente Sandinista de Libertação Nacional, considerado de esquerda.
Entre as mudanças na Constituição da Nicarágua estão a prorrogação do mandato de presidente de 5 para 6 anos e um maior controle da imprensa. Outra alteração é a criação de um novo cargo, chamado de “copresidente”, atualmente ocupado pela primeira-dama, Rosario Murillo. A Organização dos Estados Americanos criticou a reforma.
No poder de forma consecutiva desde 2007, Daniel Ortega é ex-guerrilheiro e fez parte da Revolução Sandinista, que derrubou outra ditadura no país. As relações diplomáticas entre o Brasil e a Nicarágua estão congeladas desde abril devido à prisão de padres e bispos no país da América Central. Em agosto, a ditadura de Ortega expulsou o embaixador brasileiro como retaliação à falta do presidente Lula às comemorações dos 45 anos da Revolução Sandinista.