A defesa do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, divulgou nesta terça-feira (19) um comunicado sobre seu indiciamento pela Polícia Federal no inquérito que apura um suposto plano para a realização de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições.
“A defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado”, declarou a equipe jurídica do militar.
Braga Netto foi indiciado junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas. Segundo a Polícia Federal, ele teria atuado como o “número dois” do esquema e seria responsável por assumir as ordens na ausência de Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos na época. De acordo com os investigadores, uma reunião na casa do general, em 12 de dezembro de 2022, foi usada para discutir a logística de supostos planos de assassinato envolvendo o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O relatório final da PF, com mais de 700 páginas, aponta robustas provas de envolvimento de integrantes do governo anterior, incluindo ministros como o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. Segundo o documento, Heleno teria assumido a liderança de uma junta de governo enquanto aguardava o retorno de Bolsonaro.
A investigação também revelou que Heleno tentou infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em campanhas presidenciais de outros candidatos durante o pleito de 2022. O caso segue em análise pelo Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República deverá decidir sobre a apresentação de denúncias contra os indiciados.