Após as primeiras apurações sobre o caso das explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ainda resta esclarecer alguns pontos que não ficaram claros. Mas o quebra-cabeça e a dinâmica da ação de Francisco Wanderley, homem que arremessou os explosivos que deu início as detonações, já estão sendo resolvidos.
Primeiro, as imagens de uma câmera de segurança mostram o homem entrando no prédio da Câmara dos Deputados na manhã de quarta-feira (13). Ele veste camisa escura, calça jeans, chinelos e um chapéu panamá. Deixa um objeto na esteira de raio-x e segue para o detector de metais. Na sequência, passa pela fila e se apresenta na recepção pra entrar no prédio. Já à noite, imagens mostram os bombeiros trabalhando para apagar o fogo, depois da explosão do carro, no estacionamento da Câmara.
Outras câmeras mostram o exato momento em que o homem caminha em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e para em frente à estátua da Justiça, na fachada do edifício. Ele mexe em uma mochila enquanto um agente de segurança se aproxima. Francisco arremessa um artefato na escultura e corre em direção ao agente. Em seguida, ele lança outro artefato explosivo, enquanto outros seguranças tentam se aproximar. Vários outros são arremessados. Francisco então se deita sobre a bomba, que explode.
Após as primeiras apurações, ainda resta esclarecer alguns pontos que não ficaram claros: a Polícia Federal ainda investiga se Francisco Wanderley agiu sozinho ou teve a colaboração de outras pessoas, quais ou quem eram os alvos das explosões, se houve participação direta dele nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o autor do ataque queria mesmo se matar ou a morte dele não foi planejada e, é claro, entender a dinâmica do crime, se houve falha dos serviços de inteligência.
São diversas perguntas ainda sem respostas, mas a PF segue investigando o caso como um ato terrorista, já que o material apreendido traz indícios de que houve um planejamento a longo prazo.