A eleição de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos fez o dólar disparar no Brasil. Nesta quarta-feira, o dólar turismo alcançou os R$ 6, enquanto o comercial, que também subiu, chegou a ser vendido por R$ 5,78.
A alta, segundo economistas, é uma tendência mundial trazida pelo Republicano e sua política econômica, conforme explicou Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, à BandNews.
“Durante toda campanha, o discurso [de Trump] foi sempre protecionista. O importante é olhar que não foi só a vitória do Trump, mas toda a onda republicana, e isso dá um poder de executar de implementar a sua política mais rápido, ele vai ter todo o congresso do lado dele”, diz.
“Essas ações geram um impacto positivo na moeda americana, deixam o dólar fortalecido, a gente vai ver o dólar se valorizando frente a todas as moedas, não só o Real. O problema é que para gente já era um dos temas que vem gerando pressão inflacionária, a gente já teve uma disparada antes do Trump por conta da política fiscal”.
Segundo o especialista, o anúncio do Governo Federal sobre o corte de gastos pode, em tese, a trazer a moeda de volta para o patamar pré-eleição, ainda que um pouco elevado.
“O que a gente tem nesse momento é um real muito mais desvalorizado do que todos os nossos pares emergentes. Quanto a valorização do dólar, a gente não pode fazer nada. O dólar vai se fortalecer por conta da política de Trump. Agora, o que a gente pode fazer, nossa lição de casa, é melhorar a expectativa em relação ao fiscal”, afirma.
“Não adianta ter mais crescimento, tentar colocar mais impostos, sabemos que o governo não consegue agora, neste momento, mexer, o mais esperado é o anúncio do corte de gastos. Se vier numa medida que o mercado entenda positiva, a gente pode ter um alívio no câmbio”.