Entrevista: brasileiro que vai comandar a Interpol defende integração das polícias

Foto: Polícia Federal

Novo secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza falou com exclusividade à BandNews sobre a sua nomeação ao cargo mais importante da organização.

O brasileiro, que é Diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, foi aprovado pela maioria dos 196 países da Interpol, e assumirá o posto ao final do mandato do atual Secretário-Geral Jürgen Stock, da Alemanha, no dia 7 de novembro.

Durante sua participação ao vivo direto de Glasgow, na Escócia, ele analisou como as polícias brasileiras trabalham em conjunto, e o que há para melhorar.

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“Há a necessidade de uma interação maior entre as polícias de diferentes estados, mecanismos para troca de informações e banco de dados centralizados que possam permitir esse compartilhamento de informações. É exatamente o modelo que a Interpol aplica no que se trata da comunidade internacional”, disse.

No início desta semana, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, propôs um acordo de cooperação policial entre o Brasil e o Reino Unido para o combate ao crime organizado. O Brasil já tem um acordo de cooperação com a Europol focado no tráfico de drogas e de pessoas.

Segundo Urquiza, o trabalho em conjunto é o melhor caminho para o combate ao crime organizado no país. Na sua avaliação, o Brasil faz um bom trabalho na esfera federal, mas ainda há trabalho a ser feito nos estados.

“Acredito e vi a fala do Ministro Lewandowski, o caminho é esse, uma integração que permita uma rápida troca de dados e o caminho de cooperação. Na Polícia Federal, nosso trabalho é feito de forma eficiente, usando esses mecanismos existentes. No âmbito nacional também, pela presença da PF nos 27 estados da Federação. Acredito que no plano estadual, há sim essa necessidade de uma cooperação mais intensa com a utilização de mecanismos que permitam esse intercâmbio de dados”.

Como a Interpol trabalha?

Urquiza explica que a Interpol não tem ingerência direta nos territórios dos países, e é essa cooperação que é decisiva para que redes de criminosos sejam monitoradas de perto.

“A Interpol atua em cooperação. A Interpol não tem uma jurisdição sobre a área territorial dos seus países membros, e precisa trabalhar em cooperação com a polícia desses países”, explica.

“Ano após ano, temos visto números, trocas de informações através da rede protegida da Interpol. A quantidade de informações inserida nos bancos de dados e o número de consultas nesses bancos de dados crescem a cada ano, demonstrando que as polícias estão cada vez mais dispostas a trabalhar em cooperação”.

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