Israel atacou 300 locais no sul e o oeste do Líbano, matando pelo menos 492 pessoas e ferindo milhares, depois que o Hezbollah disparou mísseis de médio alcance e drones contra Safed e as cidades em torno do Mar da Galileia.
Antes, Israel enviou mensagens de texto aos habitantes de Beirute e de outras cidades avisando para que se afastassem de onde o Hezbollah mantém arsenais de armas a mísseis. Um mapa anexo mostrou 19 aldeias alvos de prováveis ataques, sem indicar quais seriam as primeiras. As estradas ficaram congestionadas de carros com fugitivos, em pânico. O ministro libanês da Informação considerou os alertas uma forma de “guerra psicológica”.
As escolas israelenses em Haifa e Nahariya estão fechadas nesta segunda-feira, porque entraram no raio de alcance dos mísseis de alcance médio lançados desde o domingo pelo Hezbollah. Restrições a reuniões foram impostas. E só as empresas próximas a abrigos antiaéreos podem funcionar.
Israel contava que a explosão dos pagers e walkie-talkies que matou 37 pessoas e feriu outros milhares, e o ataque que dizimou a liderança do Hezbollah reunida num subúrbio de Beirute, na semana passada, bastassem para interromper onze meses de lançamentos de misseis contra o norte israelense. Mas não: agora, o alcance dos misseis é de 50 quilômetros. Dos dois lados da fronteira, 150 mil pessoas foram deslocadas. O objetivo do governo israelense é trazer de volta os 60 mil residentes que estão no sul, provisoriamente, a quase um ano. O objetivo do Hezbollah é obrigar Israel a um acordo de cessar-fogo com o Hamas, em Gaza.
(Jornais do Oriente Médio desta segunda-feira)
Eis que é chegado o outono (no hemisfério sul, a primavera) — “um dos melhores climas do ano”, para a revista The New Yorker, que ocomemora na capa desta semana, a primeira do artista francês Pierre-Emmanuel Lyet. Ele comenta: “Existem dois personagens, mas eles também podem ser a mesma pessoa—talvez a mulher no banco se veja como a criança brincando no parque, transformando o momento em um momento atemporal.”
As mensagens em árabe que Israel está enviando antes cde atacar.
356 mortos no Líbano. E foi só 1º
Com o primeiro balanço da nova ofensiva contra o Hezbollah no Líbano, que matou mais de 356 pessoas e feriu cerca de 1200, foi dada uma declaração preocupante aos israelenses, que serve também de alerta aos libaneses: “Nos próximos dias, o público precisará mostrar calma, disciplina e total conformidade com as instruções do Comando da Frente Interna”, disse o ministro da Defesa Yoav Gallant: “Estamos intensificando nossos ataques no Líbano; esta série de ações continuará até atingirmos nossos objetivos, trazendo os moradores do norte de volta para suas casas em segurança”.
A previsão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não contribuiu para tranquilizar os israelenses: “Estamos enfrentando dias complexos…”
O Hezbollah lançou mais de 200 foguetes contra o norte israelense nesta segunda-feira. Alguns voaram na direção de cidades palestinas na Cisjordânia, mas foram ao chão em pequenos fragmentos, depois de interceptados por baterias antiaéreas.
Israel avisou sobre seus ataques aos libaneses por mensagens de texto em árabe em celulares e entrando no ar através de rádios libanesas hackeadas. O primeiro-ministro Netanyahu também se dirigiu ao Líbano, em inglês. Ele disse: “Mais de um milhão de civis israelenses estão correndo para abrigos antibombas em Haifa enquanto o Hezbollah dispara foguetes indiscriminadamente. É por isso que estamos atacando o Hezbollah, que está continuamente atacando nossos civis”. Ao final, ele acrescentou: “A guerra de Israel não é com vocês. É contra o Hezbollah”.
As mensagens aconselhando os libaneses a se afastarem de arsenais do Hezbollah montados em áreas civis provocaram grandes congestionamentos nas estradas para Beirute. É na capital que os residentes do Sul e do Vale de Bekaa se sentem mais seguros. Para eles, o governo está oferecendo as escolas como abrigo, já que as aulas foram suspensas.
A intensidade dos combates desta segunda-feira levou muitos porta-vozes na Casa Branca, na ONU e na Europa a prever o perigo de uma guerra total. A última guerra entre os dois inimigos, em 2006, matou mais de mil libaneses e 150 israelenses, e durou 34 dias. A troca de mísseis de agora vai completar um ano em 8 de outubro, o dia seguinte ao massacre do Hamas, quando o Hezbollah começou a disparar contra o norte israelense para demonstrar solidariedade aos palestinos de Gaza. Essa guerra de desgaste foi aturada pelo governo de Israel, mas não mais: o que Netanyahu está prometendo, como objetivo militar, é uma mudança no balanço de forças. Para garantir o fim dos mísseis, uma zona tampão teria que ser criada aos moldes da que existiu contra a OLP nas décadas de 70 e 80, tendo o rio Litani, a 15 km da fronteira, como linha vermelha intransponível para forças armadas.