A Organização Geral dos Trabalhadores em Israel (Histadrut) disse que respeitará a ordem do Tribunal do Trabalho de Tel Aviv para encerrar a greve geral desta segunda-feira (2).
O presidente do sindicato, Arnon Bar-David, apontou as manifestações como importantes para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu sobre um acordo de libertação de reféns com o Hamas e confirmou o retorno ao trabalho.
Entretanto, o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, responsável por coordenar os protestos, incentiva que os manifestantes continuem com os movimentos para apelar ao governo israelita e garantir um acordo de reféns e cessar-fogo.
As manifestações voltaram com força no último final de semana como forma de pressionar o governo de Benjamin Netanyahu sobre um acordo para a libertação de reféns em poder do Hamas desde o ataque de 7 de outubro. Mais de 700 mil pessoas se reuniram ao redor do país no domingo.
As revoltas se intensificaram após o exército israelense resgatar seis corpos de pessoas detidas pelo grupo extremista. Em comunicado oficial, o Hamas sugeriu que os seis reféns morreram devido a um ataque aéreo de Israel. As Forças de Defesa de Israel apontaram a declaração como uma “guerra psicológica”. Cerca de 100 pessoas ainda estão em poder do grupo extremista na Faixa de Gaza.
Cessar-fogo
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitou no mês passado a cidade de Tel Aviv para mediar um acordo entre Israel e Hamas. Delegações de ambos os lados também se reuniram em Doha, no Catar, para dar sequência às negociações. Blinken disse que Benjamin Netanyahu teria aceitado os termos de um cessar-fogo.
Entretanto, horas mais tarde, o premiê israelense declarou que o Exército não deixaria o Corredor Filadélfia, uma faixa de terra que separa a Faixa de Gaza do Egito. Segundo negociadores, a retirada das tropas da região era parte de acordo.
As pressões da população israelense para um cessar-fogo continuam aumentando em todo o país. Opositores apontam que Netanyahu estaria colocando questões políticas e pessoais a frente de um acordo com o Hamas e que o governo não pode se envolver em uma guerra “sem data para terminar”.
Alexandre Mansano (sob supervisão de João Vieira)