Em entrevista à revista Time, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comprovou sua qualidade “teflon”, em que nada gruda. Pediria desculpas pelo massacre de 7/10, os israelenses divididos por sua campanha para sobrepor o Parlamento à Suprema Corte de Justiça?
“Desculpar-me? Claro, claro. Lamento profundamente o que aconteceu. A gente sempre olha para trás, e diz: Poderia ter evitado?”. Netanyahu insinua que a responsabilidade pela invasão do Hamas caberia aos chefes militares. “Eu disse que, após a guerra, haverá uma comissão independente que vai examinar tudo o que aconteceu, e todos terão que responder a algumas perguntas difíceis, inclusive eu”.
Natanyahu pretende permanecer no poder o máximo que conseguir: “Ficarei no cargo enquanto acreditar que posso ajudar a conduzir Israel a um futuro de segurança duradoura e de prosperidade.” E arrematou: “Prefiro ter uma má imprensa a um bom obituário.”
A economia contra Kamala na eleição americana
A The Economist da semana, circulando nesta quinta, pergunta na capa: a economia vai influenciar as eleições americanas? A revista descarta uma recessão nos EUA, em princípio, mas fala em desaceleração, o que seria ruim para Kamala Harris, embora os eleitores não tenham dado crédito ao boom econômico de Biden, invejado pelo mundo rico.
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É de tirar o chapéu
O boné camuflado da campanha Harris-Walz esgotou-se 30 minutos depois de começar a ser vendido, a 40 dólares cada. Virou um símbolo de status dos liberais. A plataforma Axios informa que foram vendidos 3 mil bonés, rendendo quase 1 milhão de dólares. Agora, só pré-encomenda, com entrega prevista para outubro.
A Ucrânia avança pelo 3º dia dentro da Rússia
A ofensiva ousada da Ucrânia em território russo prosseguiu rapidamente pelo terceiro dia, nesta quinta-feira, e avança a 30 quilômetros da central nuclear de Kursk. O Kremlin informa que estancou a invasão, mas blogueiros militares russos o desmentem, descrevendo batalhas, rendição de soldados russos e sobrevoo de drones de ambos os lados.
O presidente Zelensky falou pela primeira vez na noite desta quinta-feira: “O Exército ucraniano sabe surpreender e obter resultados”. É a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que um exército estrangeiro invade a Rússia. Houve um precedente nos 30 meses da guerra na Ucrânia, mas os soldados eram russos apoiados por Kiev.
A estratégia ucraniana ainda não está clara. Analistas a descrevem como uma tentativa de atrair forças russas que pressionam frentes dentro da Ucrânia, embora a Rússia possa enviar recrutas que só podem combater, por lei, em território russo. Mas pode ser ainda que Zelensky queira ocupar partes da Rússia para trocar por partes da Ucrânia em poder russo, numa negociação de paz.
O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, repetiu que suas forças estão repelindo os invasores. Esta é uma falsa informação, segundo blogueiros militares, para impedir a fuga em massa dos habitantes da região de Kursk, como aconteceu nesta manhã na cidade de Sodza, ocupada por ucranianos. O jornalista israelense Yair Navot, ex-correspondente em Moscou, escreveu que, “em termo moral, a ofensiva iraniana é, sem dúvida, uma humilhação muito embaraçosa para os russos e para o próprio Putin”.
O jornal New York Times confirma que “qualquer que seja o próximo passo das forças ucranianas, o ataque parece ter ultrapassado os limites dentro da Rússia com equipamento fornecido pelos americanos, o que deixou os russos desorientados. Quando questionado sobre a invasão, um alto funcionário ucraniano respondeu ao Times:
“Estamos em guerra… Por que é que a Rússia pode e nós não?”
O porta-voz do Departamento de Estado, em Washington, Matthew Miller, afirmou que o uso de armamento americano na ofensiva ucraniana “não viola a política dos Estados Unidos”.
Governo de Israel reunido num bunker
O governo de Israel se reúne esta noite dentro de um bunker, a pedido do seu serviço secreto, para ensaiar as próximas reuniões durante a retaliação prometida pelo Irã e o Hezbollah depois dos assassinatos de seus líderes político e militar, em Beirute e Teerã, na semana passada.
Será a segunda reunião governamental subterrânea — a primeira foi de 13 a 14 de abril, quando o Irã disparou 300 mísseis e drones contra Israel. Em vez de ensaio, pode se tornar real: os iranianos começaram a fechar seu espaço aéreo desde a quarta-feira, em determinados horários, e continuam nesta quinta-feira.
O ataque do Irã contra Israel, que parecia estar sendo contido por apelos à paz internacionais, e pelo novo presidente Masoud Pezeshkian, voltou a ser considerado “iminente”. O Hezbollah disparou cerca de uma centena de mísseis contra o norte israelense. E o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, enviou uma mensagem em árabe aos libaneses, dizendo que não quer uma guerra, mas que responderá às agressões do Hezbollah, que faz deles “reféns de seus interesses sectários”.
A linha vermelha israelense está traçada e comunicada à comunidade internacional: qualquer vítima civil desencadeará “uma resposta desproporcional”. À Casa Branca otimista com um acordo de cessar-fogo em Gaza, Israel lembrou que quem se tornou o negociador-chefe do Hamas é o seu líder Yahya Sinwar, que “torce” para o início de uma guerra regional. O Canal 12 israelense, porém, informou que vários líderes do Hamas receberam uma mensagem pedindo-lhes para buscar um cessar-fogo. Outra informação que circula é que Israel poderá partir para um ataque preventivo, sem esperar que seja atacado.
Os EUA estão com porta-aviões e caças F-22 Stealth em alerta máximo na região. O comandante das forças americanas, general Michael Kurilla, fez nesta quinta sua segunda visita a Telaviv em uma semana. No início da noite, no horário sírio, foram ouvidas fortes explosões em Homs, perto da base aérea americana em Shayrat.